Cachinhos Negros
1
Vou começar uma história
Como todas que contei
Porque eu acho importante
Isso eu já comprovei
Que toda criança gosta
De aventuras eu já sei.
2
Assim vou começar essa
Com o “era uma vez”
Uma bela menininha
De nome Maria Inês
Na zona rural morava
Com o seu pai camponês.
3
Sua mamãe professora
Da literatura amante,
Sempre ensinando a filhinha
Que a leitura era importante,
A menina amava ler
Apesar de ser infante.
4
Cachinhos Negros, codinome
Da casa só formosura
De lindos cabelos negros
Cacheados na cintura
O sorriso muito belo
Puro e cheio de candura.
5
Sua pele era branquinha
De olhar negro e feliz
Tinha a testa pequenina
E arrebitado o nariz
Era uma princesinha
Com ares de imperatriz.
6
Morava em casa bem simples
Com seus pais e seu irmão
Criavam muitos bichinhos
E um pequenino cão
Tinha um gato e uma gatinha
Era linda a união.

7
Seu quarto era muito belo
Cheio de muito brinquedo,
Mas gostava era de histórias
Isso não era segredo
Escrevia e contava
Contos de bonito enredo.
8
No quintal da sua asa
Gostava de conversar
Com as plantas e com flores
Com os bichos do lugar
Dançava com borboletas
E com os pássaros cantar.
9
A sua grande colega
Era a coruja Qui Qui
Que durante toda a noite
Registrava tudo ali
Sempre atenta e bem esperta
Era a repórter dalí.
10
Toda tarde tinha festa
Naquele quintal florido
Lagartixa no piano
Com lagarto o seu marido
O grilo no violino
Eita lugar divertido.
11
Ali notaram galinha
Que gostava até de ler
Um bom carneirinho branco
Que sabia escrever
Um sapinho que coaxava
Querendo tudo aprender.
12
No reino dos animais,
Cachinhos Negros atendia.
Embaixo de uma mangueira
Uma rede estendia;
E durante toda á tarde
Seus amigos ela ouvia.

13
Cachinhos Negros um dia
Resolveu dar uma festa
Convidou todos os bichos
Até alguns da floresta
Os lindos pássaros do céu
Fariam grande seresta.
14
Já estava anoitecendo
Os convidados chegando
O quintal todo enfeitado
A orquestra já cantando
Cachinhos Negros feliz
Os amiguinhos abraçando.
15
Miauuuuuuu fazia o gato
Au au au o cachorrinho
A Cabra fez um berreiro
Seu Ratão dava risinho
Piu piu fez dona Rolinha
Junto om seu filhotinho.
16
Bem-te-vi cantarolava
Andorinha no violão
Trinava o bom canarinho
Pica pau no rabecão,
Um casal de pardalzinho
Entoavam uma canção.
17
De repente chega o bode
Entrando todo afobado
Querendo acabar com a festa
Porque não foi convidado
Mas aí a dona Cabra,
Acalmou seu namorado.
18
O galo Cocoricó
Tomou conta do quintal
Este terreiro é o meu
Aqui sou o general,
O bode desconfiado
Saiu pela lateral.

19
Os bichos bateram palmas
O galo o peito estufou
Dona Galinha feliz
Para o tal galo piscou,
O pintinho, seu filhote:
Viva papai, exclamou!
20
A festa continuou
O sanfoneiro tocando
E o arrasta-pé dos bichos
Noite adentro ia rolando
Cachinhos Negros sorria
A sua festa bombando.
21
Da floresta o Rei Leão
Enviou seu assistente,
Chegou um macaco prego
Que do reino era o tenente
Também tocava pandeiro
Assobiando contente.
22
Até o pato cantor
Desafinado cantava
Uma galinha fidalga
Que ovo de ouro botava
Ciscava batendo as asas
Que a poeira levantava.
23
Do mar veio à tartaruga,
O boto rosa faceiro,
Cavalo marinho e peixes,
Um tubarão violeiro;
E a sereia Thamiryes,
Veio encantar o terreiro.
24
Com os seus longos cabelos
Castanhos com fios de ouro
Seus olhos da cor de mel
Brilhavam como um tesouro,
Cantando com melodia
Que amansava até um touro.

25
Com seu encantado canto
Entoava linda valsa
Mas a Marreca atrevida
Começou a dançar salsa;
E a onça do pé redondo
Dançava mesmo descalça.
26
Veio então o gavião
O cachorro da vizinha
Latia todo contente
Com a sua cadelinha
Dançou na festa animada,
Até Dona Baratinha.
27
Já era de madrugada
A festa continuava
Quando se escutou o canto
Do galo que bocejava,
A vaca se retirou,
Pois o boi já cochilava.
28
Cada bicho aos poucos foi
Pela noite se espalhando
Tico Tico, João de barro,
Em suas casas entrando.
O sabiá já roncava,
E a garça seguiu voando.
29
Um cheirinho de café
Com um pãozinho torrado,
Vinha vindo da cozinha
O papai já acordado,
Mãezinha cantarolava
Com o radinho ligado.
30
Acorda minha filhinha
Comece a se levantar,
Venha tomar seu café,
Para depois estudar
Já passa das sete horas,
Você pode se atrasar

31
Cachinhos Negros sorriu,
Sua mamãe abraçou.
Com sua boca pequena,
Um beijinho estalou
Na bochecha da mamãe
Que sorrindo lhe beijou.
32
Foi mais uma aventura
Que a criança faz dormindo,
No mundo da fantasia
O limite é sempre infindo;
Dorme, dorme criancinha
Que outro sonho vem vindo.
33
Cachinhos Negros jamais
Acabará de contar
Todas as suas aventuras
Iluminando o sonhar
Trazendo a felicidade
As crianças do lugar.
Ritacruz
Enviado por Ritacruz em 08/03/2021
Código do texto: T7202169
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