Um auto de eleição – “Uma cabo e o eleitor”

Caro leitor eu lhes peço

Uma horinha sua sagrada

Pra lhes contar uma história

De uma cabo desesperada

Que fingiu ser pesquisadora

Em uma pesquisa forjada

Lhes conto aqui em cordel,

Essa conversa mal arranjada

Estava um nobre moço

Em sua casa a pensar

Depois de ler muitas coisas

Que a ‘rede’ foi divulgar

E de ouvir com espanto

Horrores do seu lugar

É aí que a história começa

Agora vou lhes contar

“Ó céus, que ‘palhafernada’

Quanta coisa de horror

Quanto furto declarado

Na cara dura, sem pavor

Onde estão aqueles justos

Que outrora apareceu

Declarando a todo mundo

Que a história reverteu”

“__Ô de casa, aí tem gente

Tô precisando aqui falar

Sou eu aqui na tua porta

Tem como vir me receptar

Eu e o meu companheiro

Tamo aqui nessa missão

Pois precisamos saber

Qual a sua opinião”

“__Boa tarde dona moça

Ou é bom dia, não sei,

Estou aqui na labuta

Ainda nem almocei

Então, pra mim é bom dia

Para vocês que eu não sei

Mas diga como lhe sou útil

Sobre o que eu opinarei”

“__Somos os representantes

Do dono da situação

Aqui queremos saber

Qual a sua opinião

Sobre o nosso camarada

Que colocamos em ação

Que tens você a falar

Reclamar ou dar sugestão”

“__Eu?! Nada dona menina

Não tenho nada a falar

Para mim tá tudo certo

Cada um no seu lugar

Pois as minhas decisões

Se pautam noutro patamar

Gosto é de ficar calado

Melhor eu não opinar”

“__Mas você, ô meu amigo

Porque estás ressabiado

Queremos contar contigo

Queremos você do nosso lado

Nosso caminho é certo

Não tem nada improvisado

Quando em luta vencemos

Quem se opõe é derrotado”

“__Tem nada não, dona moça

Deixa eu aqui na harmonia

Sem me meter em torvelinho

Vivendo a minha alegria

Não gosto de propaganda

Nem de espalhar meus projetos

Melhor que fiquem comigo

E com os daqui do mesmo teto”

“__O que você está dizendo

Acaso você não sabe

Que quem nós representamos

Tem poder que não se cabe

Pode fazer você grande

Um dos maiores dessa cidade

E ninguém vai perceber

Que virou servo da maldade

Nosso mestre tem poder

De proteger ou abandonar

Quem fica assim ‘na muda’

Não goza de privilégios

Que somente ele pode dar

E os que se rebelam e saem

Quer jogar luz sobre as sombras

Mas, estes vão se amargar”

“__Que tens vocês contra a luz

É ela que encaminha

A vida do ser vivente

Mostra o certo e o errado

Livra dos perigos o inocente

Favorece a quem a busca

Desvencilhar-se do mal

Dos laços de um oponente”

“__Ora essa, meu rapaz

Estás você enganado

Somos uma equipe unida

Não há como escapar

Temos olhos por todo lado

Há sempre em quem esbarrar

E para não se dar mal

Melhor ficar do nosso lado”

“__ E é assim que funciona

Dessa eu não sabia não

Estava eu no meu canto

Pra não arranjar confusão

E tu chegas em minha casa

Com tanta interrogação

E ainda me ameaças

Vai pra lá aberração

Eu vou ficar no meu canto

Já com a minha decisão

A luz que me ilumina

Vai ser luz pra multidão

E se for vontade divina

Vais perder a eleição

Pois meu voto vai por

Outro governo em ação”

“__Nem pense nisso, ô rapaz

Isso é fora de cogitação

Somos nós os que mandamos

E estamos em união

Já fizemos várias fraudes

Pra enganar esse povão

E já estão convencidos

Nosso chefe é o ‘bonzão’

E se tudo der errado

Você vai ver confusão

Vai ter gente se lascando

Que haverá lamentação

Vão dizer que era melhor

Ter nosso chefe no poder

Roubando a verba do povo

Fingindo ser grande irmão

Você já ouviu por aí

Áudios com perseguição

Fingimos que somos vítimas

Que é montagem, armação

Foi gente nossa quem fez

Pra causar indignação

E o povo, por sua vez

Vai se render ao chefão”

“__Faz assim, ô dona moça

Deixa eu pagar pra ver

Seguir aqui meu caminho

Pensando o bom de ser

Fazendo minhas escolhas

Com o uso de minha razão

Assim eu não terei culpa

Dos furtos e perseguição

Se minha aposta der errado

Não perderei um centavo

Nem minha vida é penhor

Pra ficar em mãos do ‘diábolos’

Tenho consciência livre

De escolher o que me convém

Não farei vontade alheia

Pra depois virar refém.”

E assim caros leitores

Findou essa discussão

De uma cabo eleitoral

E um nobre cidadão

Que diz não se corromper

E nem votar por obrigação

Em políticos que iludem

E roubam a população.

Joedson Souza
Enviado por Joedson Souza em 15/03/2022
Reeditado em 16/03/2022
Código do texto: T7473388
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