A MORTE DO DEMÔNIO

INTERNACIONAL – Em 2000 eu estive na Colômbia; voltava dos Estados Unidos e resolvi vir num vôo da Varig que saía da Cidade do México e fazia uma conexão em Bogotá; fiquei encantado com a cidade arborizada e modelo na época em transporte público. Pretendi ai a Cartagena para realizar um sonho antigo e alguns homens do Governo colombiano me aconselharam a permanecer em Bogotá para que eu não sofresse nenhum risco de seqüestro por parte das FARC.

Das FARC eu já tinha ouvido falar, mas naquele Agosto de 2000 foi a primeira vez que eu fiquei sabendo, por fontes oficiais, quem era MANUEL MARULANDA VÉLEZ e o que ele poderia fazer com qualquer pessoa que atravessasse o seu caminho e foi por dar ouvidos as histórias que me contaram ainda no aeroporto de Bogotá que eu desisti de visitar Cartagena; medo absoluto de Marulanda e sua quadrilha de narco terroristas.

Marulanda também era conhecido como Pedro Antonio Marín; nasceu na Colômbia em 1930 e aos 18 anos ingressou na milícia armada que mais tarde ficou conhecida como Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O moço era conhecido como “tirofijo” ou Tiro Certeiro pela precisão clínica de seus disparos com fuzis de longo alcance.

Muito embora tenha sido divulgado que o papel das FARC (e de Marulanda) era de libertação da Colômbia dos regimes opressores, os guerrilheiros faziam cultivo e tráfico de cocaína para o mundo inteiro e desta forma, compravam armas, munições e mantinham seus contatos em todas as partes do globo; enfim, a cocaína é a moeda de pagamento pela morte de milhares de pessoas, ligadas ou não a política do país.

Marulanda virou uma espécie de mito vivo; milhares de jovens sem oportunidade profissional naquele país alistaram-se nas FARC por veneração a ele e muitos o comparam a Ernesto Che Guevara; fato ou mito, Manuel Marulanda viveu meio século a serviço do crime e foi o responsável direto por milhares de toneladas de cocaína que mataram muita gente; também pesava contra ele milhares de mortes de inocentes de várias partes do mundo.

Dia 23 de maio último, o mundo recebeu com alívio a notícia da morte de Manuel Marulanda; finalmente, a reencarnação do demônio com Passaporte colombiano, sucumbiu após uma suposta parada cardíaca no dia 26 de março, fato confirmado pela Assessoria de Imprensa das FARC.

Se for mesmo verdade, o mundo expurga mais um sanguinário; mais um propagandista da desgraça já vai tarde, visitar o lugar de onde ele jamais deveria ter saído; o inferno!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires