“REFLEXÕES”.

    

 

Eu costumo fazer reflexões no meu passado, e junto com o meu passado, é claro que vem o passado de outras pessoas; até por que, muitas pessoas fizeram parte desse passado.

Às vezes fico chateado com o resultado dessa pesquisa de memória; é que muitos desses costumes bons de alguns desses amigos, colegas ou até parentes, se evaporaram com o tempo.

É claro que sofremos mudanças no decorrer da vida, mas existem algumas coisas, ou valores... Que não há razão para ser mudada.

Uma música, que se gostava há cinqüenta anos, dez anos atrás... Ou mais ou menos... O sucesso dessa música passa, ela torna-se “fora de moda”, o radio não a toca mais, até o intérprete já está defendendo outro estilo musical; o normal seria que, gostássemos muito mais daquela canção, quando a ouvíssemos tocar, porém existem pessoas, que tem vergonha de confessar os seus gostos de outrora, chegando até dizer, que odeia aquela música que já o fez sonhar... Digo isso como testemunha ocular e auricular; pois tenho memória de elefante.

Lá pelos meus treze anos de idade, eu, mais um grupinho de colegas, adorávamos uma música francesa, cujo título, “Io Che Amo Solo a Te”, eram tempos de namoradinhas na escola, dos bailinhos nas tardes de domingos, já que não podíamos ficar até tarde da noite fora de casa; então os anos se passaram... Cada um seguiu o seu caminho, tempos depois o reencontro com alguns desses colegas, que, para a minha tristeza haviam jogado aquele passado tão bonito na lata do lixo, sequer lembravam-se daquela música tão linda, que dançamos inúmeras vezes de rostinhos colados... Eu por minha vez, encontro hoje em dia nos sebos, já em CDs. E ainda sonho e revivo aquelas festinhas inesquecíveis; também que me lembre... Só eu naquele grupo tornei-me poeta, e o passado é a melhor inspiração, que um poeta pode ter... Já que o presente só nos oferece violências, drogas, ignorância ao romantismo, e pichações com os gostos alheios.

Hoje se preocupam mais com a estética da poesia, que com a poética, do que importa um poema com palavras difíceis, se para ler precisamos estar com um dicionário nas mãos... E sabemos que a linguagem do amor é simples, e só ler uma poesia de amor quem sabe amar... E evidentemente ser amado. Eu penso assim.