Meu dia

Faltam exatamente trinta e um dias para celebração do acréscimo de mais um algarismo na minha vida. Para não dizer idade.

Não posso esconder que sinto um frio na espinha toda vez que recordo estes números presentes em cada parte do meu corpo. Se bem que algumas pessoas me dão uma idade inferior (menos mal), devido minha aparência jovial. Jovialidade esta à custa de cremes exorbitantes. Meu bolso que o diga.

Mas devo me conformar, pior seria se fosse o contrário; uma idade de ninfeta com aparência de maracujá murcho. Nem sei o porquê desse meu pânico.

Deixando de lado os chistes, vou dar outro rumo a esta crônica. Tenho mesmo é que agradecer a Deus por todos estes anos vividos. A maior dádiva é o espírito jovem, brincalhão...isso é que conta; a maior satisfação são as muitas histórias acumuladas ao longo do tempo, as quais alimento com orgulho; a maior alegria é saber que os anos que ficaram para trás só me enriqueceram como ser humano. Apesar das muitas quedas, tive força suficiente para levantar, bater a poeira e chegar onde estou hoje; o maior orgulho é ter recebido a graça de ser mãe, é poder olhar meu rosto noutro rostinho, é poder dizer um não cheio de coragem para alertá-la dos perigos do mundo, é poder ter a certeza de que, num longínquo amanhã, serei lembrada por todos através dela, meu pedaço de mim, ELLEN. Se assim a lei da natureza permitir.

Tenho tantas memórias para discorrer aqui neste papel em branco, que ganha brilho e forma a cada letra e a cada palavra, que um dia só seria insuficiente. Vou fechar o caderno e, quem sabe, prossigo amanhã. Vai ver acontece algo inédito que cairia bem nesta crônica.

Ah! Lembrei agora do meu texto do “niver” passado (hum...querendo ser jovem até no palavreado). O título era Monólogo de uma aniversariante. Põe história nisso. Meu discurso é aliado à prática, da mesma proporção que converso, escrevo. Minha mãe brinca quando vem alguém nos visitar, até me deu uma denominação: “empata gente”. É que falo pelos cotovelos e nem me dou conta de que estou roubando o tão precioso tempo das pessoas.

Desisti de fechar o caderno, vou continuar...

Bem, gosto de escrever, cantar, tocar, falar, meditar e amar profunda e sinceramente todos que me cercam. Deus foi muito generoso comigo. Deu-me amigos maravilhosos, uma família excepcional, missões exemplares e, acima de tudo, deu-me esta maravilhosa vida, que neste momento retrato em “poucas” linhas.

Como no escrito de dois mil e sete, o qual me referi anteriormente, não poderia encerrar este, sem, contudo, mencionar uma preciosidade: minha mãe. Falar de mãe, principalmente a minha, é muito suspeito. Quem não puxa brasa para sua sardinha? Entretanto, esta jóia rara chamada ELIZA, é um poço de bondade e exemplo de sabedoria. Tudo o que sou e que possuo, devo, depois de Deus, a ela, minha querida e amada mãe. Mulher de fibra, que também me ensinou a lutar; guerreira, nunca desistiu diante dos entraves; serena, atenciosa, humilde...São tantos os adjetivos que mal caberiam aqui. Minha irmã mais velha costuma brincar dizendo que para minha mãe ser santa só falta o andor. É esta a mulher que Deus enviou-me como presente, como anjo para me proteger e ensinar os caminhos certos a seguir. Aproveito a oportunidade, mãe, para pedir-lhe desculpas pelos momentos em que não soube calar para não lhe ofender, não soube perdoar, não soube lhe dar a devida atenção.

Fica aqui, a minha gratidão a todas as pessoas que fazem parte da minha vida, e olha que não são poucas: os amigos, sem exceção, os alunos maravilhosos, os catequizandos, meus irmãos em Cristo e, principalmente: meu pai-presente/ausente, minhas irmãs, meu irmão “forasteiro” e minha tia Belinha (segunda mãe). A todos vocês, meu muito obrigada e até o próximo ano, se Deus quiser.

Elian Bantim
Enviado por Elian Bantim em 30/08/2008
Reeditado em 30/08/2008
Código do texto: T1152826
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