Garanto que sou “inxingavel”

Posso garantir que estou “inxingavel”. Não se assustem, pois depois que o ministro Magri acrescentou nos dicionários o “imexivel”, aquele que disse que cachorro é gente, espero que ninguém mexa em minha nova palavra, pois ela tem a sua razão de ser. Explico; Não me importa que algum abusado me chame de feio, barrigudo o que estou deixando de ser, ou ainda insinuarem que sou corno, pois tenho certeza absoluta que não sou. Alguém que queira mexer comigo de alguma outra maneira eu ouço, analiso e não respondo. Assim com não me movo a revidar. Além de “inxingavel” também estou “imexivel”.

Mas outro dia me senti gravemente ofendido, não porque a referência também me atingia, mas porque foi uma afronta a todos os idosos que ouviram um locutor intempestivo falar sobre a idade de um candidato oposto ao que ele defendia, alegando que velho tem que descansar, e outros pejorativos. Senti-me ofendido naquele momento, não só por mim, mas por tantos idosos que ao ouvirem a tais tagarelices podem perder um pouco de auto-estima. Eu, por mim, só não me chamem de Ateu, pois minha confiança em Deus faz com que tudo que digam de mim, se não for verdade, se entregue na bacia das almas. Se forem verdades serão verdades, e por que então me sentiria ofendido pelas verdades que de mim disserem?

De tempos para cá, quando larguei de pensar infantil reflito duas ou três vezes antes de ofender alguém, principalmente via microfones de rádios, pois estes não são como as páginas de jornal impresso que oferecem a liberdade de revisão. Até porque por tabela posso ofendendo a algum terceiro. Se o fizer foi proposital, tal como o ex-presidente Jânio Quadros afirmava; "Filo por que quilo!" E ai minhas palavras pesarão arrobas e não quilos de cesta básica de político, cujos quilos pesam novecentos gramas. O meu ego se orgulha disto, comigo é oito ou oitenta, mas prefiro ficar nos oito. Tenho medo de ofender, embora que já fui induzido a erros, como recentemente, mas em tempo de consertá-los. Errar é humano, desumano é não se arrepender.

O cidadão se torna “inxingavel” quando se vê superior a alguma boca-louca, quando aceita e faz criticas fundamentadas, quando tem capacidade de absorver um perdão para o crítico. O mundo seria melhor se as pessoas antes de falar parassem para pensar, mas infelizmente só entramos na oficina para retificar nossas vidas após termos percorrido muitas estradas esburacadas e desvios que não nos levam a lugar nenhum. Também depois da lataria amassada é que o homem vê que as rugas do tempo, em suas faces, é uma espécie de escrita onde Deus através da natureza esculpiu nelas as nossas iras, irritações e desejos de vingança. O tempo e nos adverte para olhar o presente com otimismo e alegria. Só assim estaremos preparados para o momento mais certo da vida. A morte!

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, que aos 61 anos a completar em dezembro, entende que é imune às ofensas cotidianas. Anda se olha diariamente ao espelho para ver se suas rugas aumentara, se em sua faces Deus esculpiu mais uma advertência!