Para que livros?

Hoje é o “Dia Nacional do Livro e da Biblioteca”, e fico a me indagar qual serventia dos livros, e mais ainda qual a utilidade das bibliotecas? Há quem diga que livros só seriam indispensáveis se não houvesse a Internet. Alegam que os livros custam caro para tão poucos leitores. Realmente, se tivéssemos com ler um livro por hora a cada doze horas do dia, sem folgar aos domingos, cento e vinte anos de vida seriam poucos. E falo de bons livros, descartando os livros de bang-bang e outros de bolso para entretenimento, e ainda os de auto-ajuda quase sempre copiados uns do outros!

Os livros não mudam o mundo. As pessoas é que os lêem e que mudam o mundo. Segundo informações o líder do PCC e traficante Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, que cumpre pena de 44 anos de reclusão, é um dos presos mais dedicado à leitura. Conhece literalmente de cor a obra de Dante Alighieri, escritor italiano que foi muito mais do que apenas um literato, redigiu um poema de viés épico e teológico, “La Divina Commedia”, que se tornou a base da língua italiana moderna. Assim como Dante foi responsável pela transformação na escrita, “Marcola” diz que o tráfico e a bandidagem vão transformar o mundo, ele também lê livros de táticas de guerrilhas e outros.

Existem livros sobre tudo e de todos os tamanhos possíveis. Certa ocasião estive em uma exposição de pequenos livros – só em tamanho - que tinha como destaque o menor livro do mundo. Com 05 milímetros o livro é pouco maior que um grão de arroz. Em paradoxo, embora seja o menor livro do mundo pode ser considerado grande, mesmo fechado, pois se torna o livro mais visitado do mundo. Todos que vê-lo. Não mantenha um livro fechado, dizem que causa burrice. Livro é para ser visitado, lido e gasto com os olhos e mente. Felicidades trazem os livros que têm páginas ensebadas de tantos dedos que já o folhearam.

Como não temos os números do ano de 2008, que já deve ter superado 2007, ano em que só o Brasil produziu 351 milhões de livros. Isto fora aqueles que são impressos em gráficas locais, em pequenas quantidades, e pelo próprio autor. Um mercado que cresce a cada ano, mesmo com as estrondosas vendas de computadores, e pelo fácil acesso a Internet. Mas as bibliotecas? Elas são os hotéis onde se hospedam o ilustre livro e a sábia literatura, que forma um par perfeito. Minha biblioteca é pequena, não mais do que trezentos belos exemplares. Mas para servem as outras bibliotecas se não para quando eu preciso ir até elas!

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Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda de Guanambi – Bahia, e mesmo sendo hoje antagônico ao PT, tem em sua biblioteca, e o lê com carinho, o livro “Marighella: O Inimigo Número Um da Ditadura Militar”, do petista de carteirinha, jornalista Emiliano José, presenteado e autografado pelo autor em um dos aniversários de Seu Pedro, 29 de dezembro. Portanto se diz “Livro um presente inesquecível”.