Ousar amar... ousar viver... ousar conviver!

Dizem as pessoas, nos mais variados ambientes e em diversos lugares - dentre as esquinas de ruas, corredores ou espaços abertos -, que amar é um desafio. Um desafio onde nem sempre todas as pessoas estão preparadas. Muitas julgam ser capazes, no sentido mais verborrágico que a expressão possa ter. Mas amar de verdade, poucas conseguem!

Afirmo isto tacitamente, seja com meus melhores amigos ou dos amores que outrora tive. Inclusive, até a quem me disponho a dedicar as minhas motivações, minhas realizações e meus sonhos.

Se o amor em si é nobre, nem sempre a prática deste amor é tão fácil quanto se alardeia - em especial, aos "arautos do 'amor' fácil".

Amar é mais que uma expressão de mera vontade ou escolha. Amar requer sacrifícios. Paciência (e quanta paciência!) para tolerar as fraquezas do nosso objeto-alvo de amor. Igualmente, exercer a auto-crítica constante, no sentido de esquivar-me ou de abdicar dos meus erros, buscando uma maior harmonia.

Em suma, amar no sentido de compreender.

Buscar o companheirismo e a cumplicidade; encontrar a afinidade possível que os façam pares, no campo da amizade, da confidência ou em um relacionamento mais íntimo - nisso incluo o relacionamento espiritual entre o indivíduo e Deus.

Logo, a tarefa de amar não é tão fácil. Talvez, uma tarefa hercúlea! Uma missão nobre e rica, porém nem sempre reconhecida.

Portanto, para amar é preciso ousar!

Ousar amar, no sentido de promover a concórdia, a tolerância, a felicidade e equacionar os dilemas nos momentos mais críticos.

O que acho mais gozado, amigos e amigas, é quando, na menor faísca que surge, existem pessoas despreparadas e melindradas, renunciando a um relacionamento promissor. Particularmente, vejo isso como uma profunda falta de fé. Ou, na pior das hipóteses, uma pseudoconfissão de um 'amor' que jamais existiu, salvo em expressões retóricas sem vida ou em terceiras intenções - muitas delas de conteúdo fugaz e com prazo efêmero.

Para amar, é preciso ousar!

Ousar amar é, ao mesmo tempo, a arte de viver uma vida, ainda que curta e sujeita aos presságios e idiossincrasias do cotidiano. É viver de forma intensa, superando as trivialidades e limitações da nossa natureza humana. Dispor-se, com a ajuda de Deus, a sermos o melhor que pudermos ser, mesmo diante de tantas limitações pelas quais estamos imersos.

Portanto, para ousar viver, é preciso, sobretudo, conviver.

Que missão árdua!

Por vezes, mal conseguimos dar conta de nós mesmos, com nossas crises emocionais; por vezes até existenciais, questionando a tudo e a todos - inclusive ao próprio Deus! Que dirá, então, concebermos a possibilidade de conviver ao lado de quem queremos bem. De quem queremos dar o melhor de nós. De quem, acima de quaisquer circunstâncias, queremos amar - ainda que não seja tão plausível e nos deixe marcas inegáveis - entre momentos de alegria e de dor.

Por isso, é preciso ousar! Ousar é o sentimento inegável de quem quer superar as mazelas da vida e deseja ir além.

Ousar significa enfrentar os desafios, vencendo os medos, os receios e decidindo, por fé, agir, na certeza de vislumbrar, em um propósito bem visionário, de alcançar o que se quer, com a maestria que a vida nos impõe, entre ônus e benesses.

Quem assim estiver preparado, que ouse!

No entanto, quem não estiver, mas se dispõe um dia a amar, que entre neste desafio! Sobretudo, para aprender a viver e conviver.

Que nossos dias sejam de contínua ousadia, sem arrefecermos, em momento algum, nosso ânimo e a nossa vontade sublime de viver.

Ousar amar... ousar viver... ousar conviver!