Gostar da minha namorada... eis um desafio hercúleo!

Por vezes, resisti muito a compor esta crônica.

Mas, dada a insistência que a minha mente pedia e que a minha alma ansiava, tratei de desatar algumas linhas neste esboço de crônica.

Poderia até ter a pretensão de ser um diário, embora não o seja.

Mas há elementos do cotidiano bem claros que, se contivesse uma narrativa bem introspectiva, talvez seria um diário bem acabado.

Após um longo tempo sem compor uma crônica, retorno a ela, reinaugurando, ao tratar sobre a minha vida afetiva.

Há pouco tempo, eu imaginava - sem conviver a fundo com a minha atual namorada - que ela fosse, além de tímida, meiga e envolvente. Afinal... era uma imagem, a princípio, da pessoa que conheci, na minha ex-igreja, em torno de praticamente 5 anos.

No entanto, relacionamento é uma "faca de dois legumes".

Tratando-se de ser humano, o que poderia ser, por vezes, conversável e dialogável, torna-se intransponível, por culpa única e exclusivamente nossa.

Procuro, por vezes, renunciar a mim mesmo. Corrigir as minhas faltas, supondo que, com isso, o relacionamento venha a avançar.

Mas, por vezes, não vislumbro em momento algum ela ceder.

Não consigo ver por parte dela, em determinados períodos, o sentimento profundo de amor. Talvez, em sua ótica, vale mais o perfeccionismo do que o sentir; o dever ao invés da compreensão! E, todavia, nos momentos de erro dela, não vejo ela ceder... nem ao menos reconhecer e fazer sua auto-crítica.

Eu gosto muito dela, mas tem horas que não a entendo!

Ainda que eu recue... que eu me renuncie, fica difícil ver qualquer contrapartida por parte dela.

Seja como for, é um desafio hercúleo, minhas amigas e amigos leitores, o desafio de amar alguém tão racional. Sobretudo, alguém que tem um "amor" sem que seja demonstrado - como se, para ela, soasse vergonha ou fraqueza expor em público seus gestos de afeição e carinho a mim.

Talvez, em uma outra crônica... dentre esses dias quaisquer, eu possa, a fundo, tentar dialogar comigo mesmo sobre as contradições profundas que aceito e dispus para mim, quando aceitei este desafio. Um desafio que é nobre, mas... por vezes...

Enfim, vida que segue...