Minha Vida!

O Começo de uma nova vida!

No ano de noventa e quatro, mais precisamente em vinte e quatro de dezembro daquele ano as dezessete e trinta, o destino, assim como um menino travesso me pregou uma peça, hoje treze anos depois daquela fatídica tarde eu resolvi desabafar e dividir essa mudança pela qual passei

Eu havia saído de casa ao meio dia com três amigos, íamos para um lugarejo próximo a minha amada cidade. Aquele lugarejo onde meu destino seria mudado era um lugar de muito verde, um ribeiro que cortava todo o vale e muito aconchegante, ali todos eram amigos, o que tornava o sorriso e gargalhadas um hábito. Eu era um jovem imaturo e inconseqüente e até odiado por algumas pessoas da minha cidade, devido meu temperamento agressivo e arrogante.

É estranho está aqui falando sobre isso depois de tantos anos já passado, talvez seja uma maneira de expressar tudo que estou sentindo neste momento, onde sou acusado até mesmo de ser honesto, chamado de trouxa por ser integro... Onde estão os valores que nossos pais nos ensinaram, será que não aprendemos nada com tudo que a vida nos mostra ao longo de nossa existência?

Naquele dia véspera de natal eu particularmente não estava muito disposto a beber como bebia quando saía de casa, porque aos finais de semana e principalmente quando saía para passear eu bebia muito, mas muito mesmo! Hoje olhando para trás percebo definitivamente não havia nascido para consumir álcool, não nos dávamos muito bem, era uma mistura explosiva, tornava-me quase insuportável!

Então decidi que pegaria leve naquele dia e assim o fiz, passei uma tarde inteira tomando apenas cinco a seis doses de cachaça, o que para mim não significava nada, já que era acostumado a beber litros da “mardita”, e não me contentava!

Éramos, Ronaldo, Cesar, Nandinho e eu, nós quatro saímos de belo Vale ruma aos Borges, onde ficava a casa de Gilberto, um jovem da mesma idade que e assim como eu e os outros gostávamos de uma boa pinguinha. O que chama a atenção era o fato de ;eu não estar me sentindo bem em fazer aquele passeio desde que alcancei a rua e os vi saindo de um Beco, próximo à minha casa, mas não fiz nenhum comentário referente ao meu mal-estar. Então aceitei de imediato o convite rumamos para os Borges, os rapazes até que insistiam para eu ir nadar, mas não aceitava e permanecia na casa de Gilberto conversando com sua irmã e minha amiga Roseli, ao lado dela não me sentia sozinha, pois era uma ótima amiga e muito divertida.

Conversamos animadamente até as quatro horas daquela tarde quando Ronaldo se aproximou de onde me encontrava e disse:

_Quando forem cinco horas cê me fala que eu vou embora! Quero chegar em casa, tomar um banho e me arrumar para sair `note, hoje eu vou beber todas, só vou parar dia primeiro de janeiro, depois do dia primeiro não bebo mais, paro de vez! Afirmava convicto do que dizia, mas é que tínhamos feito aquela promessa tantas vezes, que seria impossível acreditarmos no dizíamos. O que tornava aquela promessa sem nenhuma credibilidade.

Como estávamos no horário de verão esperei até que fossem cinco e trinta, então desci rumo à estrada de terra batida e ao me aproximar de uma lagoazinha de água de chuva, onde os garotos se divertiam enquanto me esperavam, resolvi da uma molhadinha ali mesmo, fiquei de pé bem no meio daquela água barrenta e deixei meu corpo cair... Não senti meu corpo se chocar a nada, apenas ao abrir os olhos enxerguei tudo amarelo... Até aquele momento ainda não me dava conta do que acorrera comigo! Gilberto me ergueu e ao me ver tombar no gramado verde as margens daquela lagoazinha é que percebi que não conseguia mover um músculo de meu corpo, apenas comentei em seguida:

_Não consigo mexer minhas pernas!

Após dizer aquelas palavras é que percebi o pânico estampado nos olhos de cada um daqueles que estavam comigo, sem perda de tempo me levaram para a casa de Dona Efigênia, ali me puseram obre uma porta de madeira a meu pedido, pois já sentia uma dor quase insuportável, era como se um punhal estivesse sendo cravado nas minhas costas... Ali começava uma nova e diferente vida para mim, diferente de tudo que fosse capaz de imaginar. Em seguida me levaram até a beira da estrada e por sorte não demorou que passe um caminhonete onde fui transportado ao hospital mais próximo, onde esperei que uma ambulância fosse conseguida e que Ronaldo que não me largava para nada, fosse à sua casa tomar um banho rapidamente para me acompanhar até o HPS, onde passei natal, réveillon, carnaval, ao todo foram cem dias exatos no hospital João XXIII... Continua minha saga!

Luiz Miguel
Enviado por Luiz Miguel em 24/04/2009
Código do texto: T1557326
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