Uma Grande Mulher

Hoje, bateu em meu peito uma imensa saudade da minha mãe. Ela mora próximo a mim, porém com o corre- corre diário, estou há alguns dias sem vê-la. Quando terminei o meu serviço liguei para ela e pedi para que colocasse mais “ água no feijão”. A caminho da casa de minha mãe, parei em uma papelaria para comprar folhas para a minha impressora. Assim que entrei na loja vi algo que me chamou a atenção. Era um copo e nele estava escrito com letras vermelhas “ Para uma ” supermãe ”. Não resisti e comprei - o.

Minha mãe é realmente uma mulher muito especial e possui uma grande força interior. Em todos estes anos enfrentou tudo com muita garra e sabedoria. Desde a minha infância sempre tive o seu apoio, mesmo quando ela trabalhava fora em um período do dia. Lembro-me dela me ensinando e tomando as minhas lições de casa enquanto preparava o meu almoço, sempre com muito carinho e amor. Visualizo com emoção o dia em que tanto se esforçou para me levar ao cinema. Fui conduzido em seus braços. Eu tinha sete anos e acabara de ser operado de apendicite.

Ainda viajando nestas lembranças cheguei à porta da sua casa. Ela me aguardava na varanda com seu delicioso sorriso. Abracei-a por um tempo e dei a ela a pequena lembrança. Seus olhos marejaram de emoção e ela esboçou um largo sorriso. Era com se tivesse ganho uma jóia rara. Que coisa linda! E eu me senti ainda mais feliz em poder proporcionar e presenciar aquele momento!

No interior aconchegante da casa a mesa estava pronta. Em tudo havia o gosto especial da minha infância. Ela preparara um bife acebolado do jeitinho que gostava! Passei uma tarde maravilhosa, saboreando sua companhia. Conversamos por longas horas. Revivemos fatos engraçados, recordamos pessoas queridas, minhas travessuras e loucuras de menino.

Ao me despedir, ela me sorriu com seus olhos cintilantes, os mesmos olhos que me cuidaram e protegeram quando eu era menino . Nos abraçamos e senti em seus braços toda a força do amor de uma mãe. Percebi que em relação a mim o tempo não passou para ela. E me vi com meus sete anos nos braços da minha supermãe, que para mim é meu inestimável e insubstituível tesouro.

Roberto Passos do Amaral Pereira
Enviado por Roberto Passos do Amaral Pereira em 08/05/2005
Reeditado em 08/07/2006
Código do texto: T15644