EM DEFESA DA CASTRAÇÃO EM MASSA DA POPULAÇÃO DE CÃES E GATOS

A vida urbana no Brasil passou a ser uma tendência cada vez mais comum , desde o século XX, e com ela, surgem cada vez mais dificuldades para se adaptar à crescente demografia sem planejamento a que as cidades estão sujeitas.

Os problemas existem, os centros urbanos não iniciaram com o objetivo de atender tanta gente, e como no casa de Jundiaí/SP. Inicialmente um município rural, o centro era apenas um pequeno local aonde se vinha para festas religiosas, onde estavam alguns locais de comércio, onde havia a vida política e uma pequena vida social.

Com a vinda da indústria, passou a ser também um foco de atração para a migração de várias regiões do país e do exterior.

Entre os costumes rurais há um que acompanhou a vida familiar é ter um animal de estimação que faz parte da família, principalmente os animais domésticos como caos e gatos,que além de fazerem o papel de guarda, no caso dos cães, ou para limpar os ratos, muito comum nos quintais , onde se aglomeravam entulhos. A criação de animais para alimentação e os cavalos, acabaram sendo abolidos na zona urbana e, cada vez mais tornou-se comum a adoção dos cães e gatos.

No entanto, com a crescente demanda por habitação, cada vez menor, pois os terrenos foram encolhendo e passando a ser muito valorizados, a inúmera população migratória, que por sua vez foi crescendo vegetativamente, os espaços habitáveis foram sendo exprimidos e reduzidos em tamanho. Começam a aparecer as alternativas das casas verticais, que também têm um espaço suficiente somente para manter os familiares, e os animais, antes inclusos no meio familiar foram ficando sem lugar.

Assim, os cachorros, antes alegres companheiros, passam a serem problema e para muitos resta um triste destino: o abandono, muitas vezes nas próprias ruas. A população canina foi aumentando descontroladamente, pois entra no cio a cada seis meses. Isso ocorre também com gatos, que têm o cio a cada dois a três meses.

O controle da população animal, principalmente a canina passou a tornar-se de saúde pública e os municípios passaram a usar os chamados canis para tentar resolver o problema. No entanto, pela falta de estrutura e preparo, esses animais eram maltratados e sacrificados depois de ficarem um tempo no local.

Em vários lugares surgem entidades particulares para tentar amenizar o assunto. No caso de Jundiaí, a entidade UIPA, União Internacional de Proteção Animal tomou a frente e conseguiu a proteção dos animais abandonados e mediante muito esforço voluntário, recebeu um terreno, onde estão centenas de animais em abrigos e alimentados.

Acontece que, a população canina cresceu e o trabalho passou a ser sempre insuficiente. A administração pública se acomodou e deixou de se preocupar efetivamente do assunto. O caso da saúde pública a cargo do Controle de Zoonose fica restrito à vacinação contra a doença conhecida como “raiva”, que é fatal ao ser humano.

A UIPA está fazendo um serviço que deveria ser do poder administrativo do município e precisaria facilitar a vida funcional da sede dessa entidade tão necessária ao bem estar da população e que ainda passou a ser vítima de ‘descontentamentos’ gerados por alguns munícipes desatentos.

A responsabilidade da Prefeitura Municipal de Jundiaí é criar o canil e também voltar a ajudar no castramento em massa da população dos gatos e cães, ou pelo menos facilitar seu preço, como era com o projeto “Bicho Feliz”, que reduzia o preço da operação veterinária. Senão, continuaremos a ver inúmeros caos abandonados pelas ruas, que,além de ser triste, pode causar inúmeros problemas à população de animais como à comunidade. (Regina Kalman)- Jundiaí - 10.08.06