Solidão relativa
Não sei dizer se me julgo solitário, a solidão para mim sempre foi algo meio dicotômico; como um conceito que se divide em partes que se contradizem.
Sempre procuro no cotidiano colocar-me numa posição que caracterizariam como solidão. Quase sempre somos colocados nesse estado não por nossa escolha, não obstante nossa força, os outros é que decidem a dimensão da nossa solidão, ao nos deixarem sós, tristes.
Li recentemente numa revista o seguinte: O livro, amigo na solidão(cito de memória). Um substituto de amigo inferior em presença, entrementes muitas vezes superior em erudição, graça e alegria.
Um bom livro é como um bom vinho, ou como um bom amante em noites frias.
Não sei ao certo se essa solidão me acompanhará por toda a vida, nem sei se terei toda uma vida.
Sei que sangro
que sofro
que ando
que grito,
mas que grito?
que sonho,
mas que sonho?
que amo,
quem amo?
Perguntas que se transformam em ecos; é realmente a solidão debruçando-se sobre minha fronte gasta e calva.