O QUE NOSSOS FILHOS REALMENTE QUEREM DE NATAL ?

Minha história de vida não é diferente de muitos brasileiros que tiveram que travar e vencer suas batalhas, mas além das dificuldades financeiras, um fantasma em particular sempre me acompanhou: para dizer o mínimo, meu pai em todos os sentidos nunca foi de dar a devida atenção para os filhos.

No meu interior fiz um juramento em silêncio: não iria medir trabalho e esforços para garantir que meus filhos tivessem todo o conforto e presentes que eu pudesse proporcionar, e assim foi e a vida seguiu seu curso.

A custa de muito trabalho obtive uma ascensão profissional rápida e por dez anos consecutivos fui somando promoções e aumentos salariais, porém, sem me dar conta a cada ano o preço a pagar se tornava mais alto. Inconscientemente fui substituindo minha presença cada vez menor por presentes cada vez mais caros. Com o passar do tempo, comecei a notar que alguns brinquedos mal eram tocados depois de abertos, se algum quebrava ele mal se importava, era como se não tivessem valor e fossem somente uma mera distração passageira.

Em contrapartida, as cobranças que ele me fazia eram cada vez maiores para coisas cada vez mais simples: Por que você tem que trabalhar todo sábado? Por que você não chega mais cedo em casa? Por que a gente não faz nada juntos?

Hoje meu primeiro filho tem doze anos e o segundo nem bem completou o primeiro mês, e apesar do tempo perdido ainda consegui abrir meus olhos a tempo de ver que mesmo às avessas eu estava trilhando o caminho para em muitas coisas ser igual ao meu pai, justamente a última coisa que eu desejaria para meus filhos.

Com certeza se eu perguntar para meu filho o que ele gostaria de ganhar de Natal ele irá falar algum brinquedo qualquer ao invés de uma tarde no shopping comigo, mas os brinquedos rapidamente envelhecem, deixam de ser novidade e caem no esquecimento. Mas os momentos que passamos nos curtindo, jogando vídeo game juntos ou simplesmente conversando sobre as travessuras que eu aprontava quando tinha a idade dele, isso eu tenho certeza que ele vai lembrar para toda a vida com o coração cheio de alegria.

Por isso meu amigo, se esta cometendo o mesmo erro que eu cometi e botando o trabalho praticamente a frente de tudo, e neste final de ano esta cheio de listas de presentes e pensando em algo inesquecível para dar aos filhos, lembre-se da importância de ter e valorizar os momentos juntos.

Pense bem no que vai ser logo perdido no tempo e o que vai ser realmente importante e lembrado. Aí sim, compre o que suas posses possam comprar, mas não se esqueça de pensar em alguma surpresa como virar criança novamente e realmente se divertir como se tivesse a mesma idade que eles.

Cesar Fonseca – 23/12/09