MULHERES E A JACA!?

“Tia Miriam você gosta de jaca?” Silêncio! “Não gosto! Mas, qual o motivo da sua pergunta?” “É que está sobrando jaca, aqui em casa. Já colhi oito e a jaqueira ainda está carregada!” “Bem! Meus pais e a minha irmã gostam muito, que tal você me dar uma para levar para eles se divertirem?” “O melhor de tudo tia é que a jaca é mole. Muito mais saborosa!” O cheiro do churrasco, se mistura com o cheiro forte das jacas empilhadas ao lado da churrasqueira. Cheiro doce! Cheiro de enjôo! “Pai vou dar uma jaca para tia Miriam.” “Como? As jacas já estão dadas para os meus amigos de São Paulo.” Pedrinho, inconformado com a resposta do pai, olha para a tia e responde. “Vou apanhar uma para a senhora!” “Não! Não, se preocupe tenho certeza, que ninguém vai querer jaca.” O churrasco invade à tarde. Horário de verão! Ainda, com o céu claro, um por um se despedem. “Bem! Tudo muito bom, tudo muito gostoso, mas, já vou embora.” O dono da festa confere a montanha de jaca, in-tac-ta! “Pedrinho, venha aqui, escolhe uma jaca para a sua tia.” ”Ué! Ninguém levou jaca? Não falei! Então, já que sobraram algumas jacas vou levar uma para a família.” Marcília ajuda Miriam escolher uma madura. Carrega a jaca até o carro. “Miriam, você vai comigo.” “Jacira, agradeço a carona, mas vou com Marcília, pois, a jaca está no porta malas do Peugeot!” Creusa vai a frente com a filha Marcília. Estrada de terra repleta de lama e água de chuva. “Nossa! Que cheiro forte tem a jaca! É um entojo! Revira o estomago, não é mesmo?” Miriam não suporta mais o cheiro da fruta. “Cuidado! Marcília a jaca está rolando no porta-malas! A jaca vai esborrachar.” “Agora, chegamos ao asfalto, vá mais devagar, pois até a casa de Miriam contei oito lombadas!” “Tudo isto, Creusa. Nossa!” Marcília coloca um CD de música oriental e acompanha o ritmo zen, na direção. Devagar!Ou melhor, zenvagar Lombada, após lombada, va-ga-ro-sa-men-te!Enfim, perto de casa; Miriam liga para o marido! ”Juvenal, por favor, desça até o portão para você pegar uma jaca.” Do outro lado do Nokia, uma voz grave, questiona. “Pegar jaca? Justo na hora mais importante do filme, assim não dá!” O carro é estacionado. Todos se cumprimentam. Marcília abre o capo do carro. Juvenal olha no interior do carro. Silêncio!Ué, mas cadê a jaca? Aqui, ela não está!” As amigas olham uma para a outra, sem entender nada. ” Nossa! Dei a jaca para o Jairson, e, ele colocou a jaca no carro errado!”