Foto: Alguém da Galera do Felipão - aceito outras

Essa linda juventude


Fui bater os olhos sobre Colombo a convite do Werlich, colega de faculdade do meu filho. O frio deu uma trégua no domingo e o clima prometia ser agradável. Foi mesmo e nem precisei usar meu velho capote preto que me cobre dos pés à cabeça, o qual eu tenho usado com certa frequência.

Saímos cedo de casa, pois fomos primeiro à missa. Depois rumamos para o norte da cidade, o que vale dizer que atravessamos Curitiba em marcha lenta no nosso carrinho um ponto zero.

Colombo é uma cidade da Região Metropolitana de Curitiba, contém características tanto rurais, quanto urbanas, com seus 118 anos e uma população de aproximadamente 230 mil habitantes.

Em Colombo há uma vasta área plantada de uvas Bordô, Niágara Branca e Niágara rosada, cuja produção é utilizada na fabricação de vinhos, sucos e geléias.

Também no município, entre outras atrações, há restaurantes com comidas típicas italianas, plantações de morango e orquidário. O turismo rural gera muitos empregos diretos e indiretos.**

Além de uma grande colônia italiana, a Cidade de Colombo é composta por muitas outras etnias, como acontece com a capital do Paraná, tão cheia de olhos e aromas diferentes.

Colombo tem ainda como atração, a Gruta de Bacaetava, que em Tupi, quer dizer "casa da pedra furada".

A casa do Verlich fica atrás da Igreja de Santa Cândida. Bem no alto, aliás, o nosso corsinha verde amarelou e por pouco não conseguiu subir o morro.

O propósito da reunião era um almoço e depois assistirmos ao jogo do Brasil contra a Costa do Marfim. Mas foi muito mais do que isso, pois tive a oportunidade de conhecer alguns dos amigos que meu filho cativou em seu caminho.

Sempre tive uma preocupação em relação aos meus filhos de que eles não conseguissem cultivar amigos. Nunca me vi só, apesar de ter ficado órfã muito cedo, eu sempre me vi cercada de pessoas que me amaram, me respeitaram e, sobretudo me ajudaram a ser o que sou hoje. Não consigo imaginar minha vida sem meus amigos.

Meu filho não me decepcionou. Levou-me a conhecer meninos e meninas de boa índole, capazes de dividir tarefas, repartir sonhos e me fazer crer que o futuro é um lugar que já existe e lá haverá gente de bem, que fará deste mundo um lugar bacana. Todos com belos sorrisos, grandes tiradas e com um senso de humor de dar inveja nesta velha cronista. Não é à toa que estudam COMUNICAÇÃO.

Dos quinze jovens que estavam comigo, não vi nenhum fumando (se o fizeram foi bem longe dos meus olhos e do meu nariz, porque não suporto cigarro e o percebo logo). A maioria deles bebeu refrigerante.

Comeram do meu arroz e da minha maionese como se não houvesse amanhã. Depois fizeram tantos elogios ao meu brigadeiro, que me achei a própria Lancaster*.

Ao final do jogo e do dia, olhei através da janela e vi uma cidade anoitecendo. Uma casa privilegiada a dos pais do Werlich. Da janela da sala dava para ver toda a cidade se iluminando num crescendo quase infinito. Colombo é bonita à noite, mas estava na hora de voltar para casa.

A vitória do Brasil para a Costa do Marfim foi só um detalhe. O que me encheu de orgulho mesmo, foi ver meu filho cercado de tantos amigos, todos bonitos e com um ideal de vida capaz de comover todas as suas mães. São jovens que passei a admirar e que fazem ou procuram fazer a diferença na sociedade onde vivem.

Convivendo com eles por algumas horas de lazer, me senti segura de que há que se depositar esperança nesta nossa linda juventude, porque ela está sim, procurando o brilho das estrelas e certamente irá encontrá-lo.




*Lancaster - Tradicional confeitaria de Curitiba onde um simples docinho custa os olhos da cara.

**Fontes: Site Oficial do Município de Colombo, Wilkipédia e Paraná Online

Lili Maia
Enviado por Lili Maia em 23/06/2010
Reeditado em 27/06/2010
Código do texto: T2335974
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