AMORES ("Amor é para dar lucro, não prejuízo. Repense suas prioridades." — D.Salbe)

Em mim, só existem dois tipos de amor: o que pratico com quem me ama e o que pratico com quem me odeia. Porém, em nome dos amores, a reciprocidade é obrigação. Afinal, como poderia eu deixar de amar quem me ama tanto! Ou como poderia eu ensinar quem me odeia tanto! Não vingar é um tipo de demonstração de amor, ou seja, a minha maior vingança é ignorar quem me odeia. Por que também não vingar já é em si uma espécie de perdão! E desde já, eu os perdoo, por me forçar a ignorar alguém.

Por que não amamos quilo que não nos serve mais? É normal a estranheza diante de um casal de pessoas incompatíveis, parece-me que o sentimento de caridade não é suficiente para sustentar um casamento não promissor, tem-se que considerar como prioridade os tributos beneficiadores do outro, pois ninguém ama sem benefício algum! Aí, diz Charles Baudelaire: "Não podendo suportar o amor, a Igreja quis ao menos desinfectá-lo, e então fez o casamento".

Por que não me amam, como sou: pobre, velho e feio? Se é assim que deve ser o amor incondicional! Mas, disse Jô Soares: "'Amar incondicionalmente', o divisor de águas entre as variantes de sua personalidade e a consistência de seu caráter!" E confesso que amo muito a todos, a ponto de não incomodá-los. Mas, eles preferem me maltratar com suas "cutucadas" inconvenientes. Eu quero seu amor sim, não do tipo (agápe) caridade, (eros) paixão ou (philia) amizade, mas poético, que me escuta e me fala versos. O resto é responsabilidade. Eu amo meu próximo como a mim mesmo e não causo prejuízo a ninguém.