O Jardineiro e o amor agarradinho.
O jardineiro e o amor agarradinho
Minha terra, eu sou teu fruto,
Em ti germinei.
Lembro-me da alegria de emitir minhas cotilédones,
Minhas raízes encontraram em ti o PH exato,
Não encontrando dificuldades para absorver-te.
Pois tu és uma fofura.
Precisei de um tutor (meu avô) e o tive.
Na hora da tempestade emitia gavinhas pra ti
E tu me davas arrimo
A vida me podou algumas vezes,
Mas encontrei forças nas raízes para uma rebrota.
Que ilusão viajar! Digo-te
Nos meus sonhos, em forma de briquete
Estive por muitos lugares, mas não encontrei
O ar, a água, os nutrientes, o ambiente, enfim ...
Pude notar e sentir o desequilíbrio ambiental,
Nele a frieza do desmatamento
Não havendo harmonia,
Uma verdadeira guerra entre os reinos,
A cobiça do poder.
Acordei e vi que é só em ti
Que encontro o necessário para minha vida.
Voltei e definitivamente.
Fixei minhas raízes sustentadoras e absorventes,
Para assim renascer dos meus tubérculos
E novamente crescer e com a chegada de novas flores,
Talvez polinizar e assim frutificar,
Conhecendo o verdadeiro sentido da vida de todo ser,
Que são os teus frutos.
Estou a lado da igreja e agarrado a gruta.
Eu sou o teu amor agarradinho e cuido de ti.
Porque minha vida é na minha terra.
( O Jardineiro)