PRISÃO OU LIBERTAÇÃO

Ao mesmo tempo que sentimos que o amor pode vir a ser como correntes a nos aprisionar, ele também pode ser a nossa libertação. Muitas vezes, pensamos estar presos por causa do amor, mas isso, definitivamente, não é a verdade absoluta, podemos estar presos por outros sentimentos que trazemos junto com ele, como a insegurança, o ciúme, a carência.

E sem o amor, podemos estar presos pelas amarras da amargura. Os sonhos que surgem da possibilidade de um amor verdadeiro funcionam como uma libertação do nosso coração, dando asas aos nossos sentimentos mais bonitos, pensamentos livres de quaisquer cordéis, e isso é fantástico.

Mas devemos ter a consciência que, ainda que o amor seja o amor mais certo, ele pode nos trazer dor, porque quando amamos muito, esse sentimento aperta o nosso coração de uma tal forma que pensamos não caber mais nada, não termos espaço no coração para sentirmos mais nada, e muitas vezes, não querermos mais nada mesmo. Isso, porque chegamos a pensar que o amor nos basta, que é o sentimento suficiente para uma realização plena.

Infelizmente, ou felizmente não sei, essa sensação de saciedade sentimental pode chegar a doer, mas se acontecer, é uma dor que não importamos muito em sentí-la, pois temos a certeza que dói mais um coração vazio do que por estar repleto de amor. Certamente, dói muito mais quando chegamos a pensar na possibilidade de nunca experimentar esse sublime sentimento. Então, a partir dessa certeza, sentimos que a dor de amar muito é só um bálsamo na alma, um lustre na vida e paz no coração.