BOLINHAS NO AR

Tentava, com muita dificuldade, extrair algumas notas do velho giannini quando me assustei; algo passara rente à minha castigada e enrugada face pelo sol. O meu susto foi ainda maior por eu sentir algo frio que se chocara nos meus lábios e fez um ploc. De início, a minha reação foi ficar de pé, e pude ver os transeuntes, displicentes, que apenas olhavam para o alto como que seus olhares buscassem algo no céu, ou mesmo na imensidão do oceano.

Fiquei curioso pois, por mais que eu tentasse visualizar o que buscavam, nada pude ver, ou mesmo sentir. Eu não mais tinha esperança de obter respostas pelos olhares absorto das pessoas.

Bem, se eu não teria respostas, para que ou por que preocupar-me... sentei-me mais uma vez e, para que o tempo passasse, enquanto estava atento ‘as buscas, tentei afinar o instrumento quando, sem mais esperar, quase fui atropelado por algumas crianças que corriam ao encontro de bolinhas flutuantes e coloridas. Foi quando percebi algo; vi um velho com um canudo em uma mão e, na outra, um embolo e com pouco esforço, ele soprava um canudo e vi o que estava a acontecer tão perto de todos nós.... Ri comigo mesmo pois, os transeuntes continuavam a mirar o céu e o mar, enquanto o homem, foi se distanciando, seguido por observadoras crianças, e a rirem, enquanto SEGUIAM AS BOLHAS DE SABAO!

Este trabalho está registrado na Biblioteca Nacional-RJ

carlos Carregoza
Enviado por carlos Carregoza em 16/11/2006
Código do texto: T292752