EM MEIO AO CAOS
A cidade anda muito diferente ultimamente. Alamedas, avenidas, e ruas de tráfego intenso que arrastam para algum lugar seu fluxo, feito crocodilos pesados do pantanal. Dos escapamentos de carros e motos saem fumaças escuras que pintam o céu de um aspecto desagradável substituindo o azul por um cinza escuro. O ronco dos escapamentos das motos também agridem nossos tímpanos além do ensurdecedor impaciente das buzinas apressadas em romper o obstáculo. Os motoboys principalmente, que precisam chegar em tempo hábil para a entrega de pequenas encomendas. A esmo, utópicas vicinais despertam a curiosidade e o desejo dos condutores como opção para fugir do caos, e materializa-se em cada um deles a vontade de vencer os obstáculos do trânsito e "voltar para casa mais cedo", ou "chegar ao trabalho menos tarde". Nesse acelera e desacelera, que se assemelham ao ir e vir dos sentimentos, uma música no rádio do carro lhes tira o torpor do momento, quando toca um flash back traz e a saudade de um tempo que ficou lá no passado, até lhes alivia o pedal e o coração; fazendo com que o trânsito seja menos importante e estressante, e torne-se instantâneamente desapercebido.