Lixo na esquina

Na esquina tem um terreno baldio, grande. Em torno vivem as casas. Certo dia uma máquina veio e construiu na esquina um buraco para colocar lixo. Colocar lixo na esquina. Todos começaram a depositar lixo na esquina. No começo eram restos de jardim, depois resto de obras, em seguida o lixo diário. Mais tarde outras pessoas de outros bairros começaram a depositar seu lixo ali também. De toda sorte e até animais mortos.

Como de costume vêm caminhões, alguns homens e levam o lixo todo dali. Há anos. Noto que a limpeza urbana neste caso é efetuada superficialmente porque todos começaram a agir como se fosse proibido jogar lixo no terreno convencionado, mesmo jogando e o poder público recolhendo. Surgiu uma calada necessidade de modificar este aspecto de coisa.

O poder público chegou a colocar várias placas de proibição que foram arrancadas, roubadas e provavelmente queimadas no fogão a lenha porque há carência de energia térmica na cidade fria.

É normal escoar lixo, depois vir um caminhão e limpar o ambiente. Os mais sisudos escrevem no jornal: são mal educados, sujos, jogam lixo na esquina.

Na verdade não se trata de problema de educação, trata-se de necessidade prática. A prefeitura alega que basta chamar uma caçamba e ela fica estacionada na frente das casas para ser depositado ali os detritos. Pois o método está se demonstrando impróprio. Existe o tempo do descarte da necessidade prática, variável sob um ponto fixo disponível. A acusação de que o problema está na educação do povo oferece subterfúgio sobre a pouca correspondência da esfera pública quanto ao fato.

Os mais sisudos querem filmar, fotografar, multar, autuar, prender. Ocultam a evolução e a prosperidade que também exigem um nível de descarte. É forçosa uma grande lixeira no lugar e um trabalhador do setor fiscalizando e organizando o descarte. Novo trabalhador do lixo, respeitável, digno, seguido de vassoura, além de todos os recursos para uma excelente assepsia. Especializado utilizando máscara para remoção de lixo orgânico e inorgânico. Trabalhadores especializados em recolher lixo do chão, varrer e auxiliar. Todos próximos da lixeira de cada bairro para indicar a direção correta do descarte. Aperfeiçoando a utilidade sobre a necessidade prática. Jamais infligir culpabilidade moral quando a sinergia representa adaptação ambiente de um grupo humano. A reação é de trabalho sobre a exigência. Clama por competência sem resignação. Certo é que aquela esquina baldia é o excelente lugar para uma grande lixeira. A maioria provou estar de acordo.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 12/07/2011
Reeditado em 09/09/2011
Código do texto: T3090455
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