Antonio Candido e suas experiências com Oswald de Andrade (Parte2)

Antônio Candido contou que Oswald de Andrade era carente de afeto, por isso sua agressividade. Mas, também era um homem cândido, pois não guardava rancor.

Candido afirmou que: o “Modernismo Brasileiro” foi obra de Oswald e Mário de Andrade. Um dia Oswald falou para Antônio Candido:

“Considero Mário de Andrade a maior personalidade do Modernismo Brasileiro e Macunaíma o melhor livro!”

Oswald sempre empurrou Mário para frente, mas, quando brigaram Mário não quis voltar à amizade. Oswald tentou de tudo para reatar sem conseguir ser ouvido por Mário!

Uma idéia, a qual, Oswald nunca abandonou foi a de que a sociedade seria mais bem gerida pelo sistema do matriarcado. A sociedade privada e toda a sua problematização começaram quando terminou o matriarcado.

Ele tinha um fermento anárquico dentro dele ao dizer que: “ninguém é dono de ninguém”, portanto foi comunista brigou com as idéias ao ver os acontecimentos na União Soviética, e, ficou um socialista aberto a sociedade gerida pela mulher. Dizia que o homem é um egoísta e não sabe compartilhar (meu carro, minha casa, meu filho...).

Candido revela que a Literatura Brasileira antes dos modernistas tinha terno azul marinho e gravata preta, e, os modernistas trouxeram o riso, a alegria, a irreverência para a Literatura. Tudo ficou diferente!

Antônio Candido avaliou a atual crítica literária brasileira, como, a que: "não corre risco nenhum", os rapazes fazem tese sobre Machado de Assis, Jorge Amado, José Lins do Rego, Clarice Lispector. A pessoa pega o livro e diz "esse é bom, esse é ruim". A crítica acabou!

Eu tive uma sorte extraordinária porque fui crítico literário num tempo de esplendor da literatura brasileira.