Como se faz cultura sem literatura

Como se faz cultura sem literatura

(A briguinha medíocre de sempre)

É com certa tristeza que ao me aproximar dos sexagenários, e a mais de 40 anos morando no município, ver que depois desta IV Conferência Municipal de Cultura, algumas coisas continuam do mesmo jeito ou não mudaram quase nada no que se refere ao segmento literário da cidade.

Durante os anos 90 pode-se dizer que nada mudou neste segmento e no decorrer dos últimos 10 anos o que de mais importante aconteceu foi o lançamento da Antologia O Olhar Poético de Camaçari, no ano de 2001. Muito embora nos últimos 10 anos alguns artistas tenham se beneficiado da "boa vontade do poder publico em ajuda-los", estou falando da Literatura, principalmente quem é ou foi funcionário publico, todos eles tem lá seus méritos e aplaudo-os por isso, porém em um município que conta com com pelo menos 150 ou mais, poetas, contistas, cordelistas, cronistas e compositores é lastimável que; Quem esta ou esteve as rédeas da cultura no lugar não consiga perceber o potencial que este segmento tem.

Porque como foi dito na Conferência; até parece que Camaçari só tem samba de roda e outros segmentos que compõem a cultura do lugar menos a Literatura.

Até porque como algumas pessoas perceberam, no primeiro dia da Conferência o Sr. secretario não se deu ao trabalho de falar uma única vez sobre o assunto, embora tenha falado de bibliotecas e livros, e no segundo dia só se ouviu sobre o assunto no final da Conferência, e todos sabem como e porque.

Um dos agravantes do descredito das pessoas que escrevem no município é o total desprezo pelo poder publico deste segmento, ficou claro e explicito este fato com o afastamento de alguns artistas do Eixo durante a Conferência.

Opinião minha: Isso mostra sejam artistas e bons, continuam com o "cabresto" retesado, e sabem do que estou falando.

Mas eu continuo na luta, porque tenho o sonho de que um dia os artistas da Literatura na cidade, principalmente os que não sejam funcionários públicos possam acreditar um pouco no sistema, ou pelo menos se unirem em torno de um objetivo comum, com o coração mais leve de descrenças.