Civismo e Cidadania


 

O Brasil tem inúmeros problemas, mas um deles nem é focado: a falta de civismo. Dedicação à pátria, atitudes e comportamentos manifestados por cidadãos no dia-a-dia em defesa de valores assumidos, que são fundamentais para a vida coletiva, visando o bem-estar de todos.
É preocupante o rumo que nosso país tem tomado nos últimos anos. Corrupções têm enfraquecido nossas instituições, as injustiças sociais e as desigualdades, são motivos de insatisfações dos brasileiros.
Podemos dizer que o civismo e o patriotismo são prática culturais e filosofia política. Há algumas décadas tínhamos no currículo escolar a disciplina de “Educação Moral e Cívica” em todos os sistemas de ensino no Brasil. Ela desenvolvia o sentimento patriótico, fortalecimento da unidade nacional, solidariedade humana, aprimoramento do caráter, apoio moral, dedicação à família e à comunidade. Na atual conjuntura diante de tanta inversão de valores, seria mais do que necessário o cultivo do civismo, lembrando que ele serviu de direção para grandes homens do passado que construíram nossa história. Urge esse resgate para que não caia no esquecimento e venhamos sofrer a indignidade.
Os anos foram passando e a disciplina foi extinta do currículo. Sabe-se que a escola não é a única responsável, mas ela faz parte de um todo que contribui para a formação e informação das pessoas. A família como primeiro grupo social dos indivíduos também tem o seu papel neste contexto.
Um meio de trabalharmos a cidadania e civismo nas escolas seria o reagregamento às disciplinas da grade curricular aspectos de convergência com a formação moral e cívica dos alunos.
As pessoas mais experientes com certeza lembram-se das práticas exercidas antes de se adentrar a sala de aula. Isso ocorria nas décadas de 60 e 70. Entre elas, podemos citar o hasteamento das Bandeiras Nacional e Estadual, além de entoar o Hino Nacional e o Hino da Bandeira, os quais os alunos sabiam de “cor e salteado”. Era um ritual escolar lindo no qual todos se sentiam entusiasmados, professores e alunos, cuja postura era invejável, pela elegância e responsabilidade do momento. Os alunos sabiam também, desde o primário, nome completo de todos os ministros de Estado e as capitais de todos os Estados da Federação e essas informações eram repassadas nas aulas de Educação Moral e Cívica.
Não resta dúvida que houve um grande prejuízo. Se quisermos constatar essa evidência é só observar as cerimônias esportivas, durante a execução do nosso hino pátrio, a maioria dos esportistas mal sabe dublar o hino e muito menos cantá-lo. Na platéia não é diferente. Os torcedores não sabem cantar, falta interesse e a postura é vergonhosa, por desconhecerem os lindos princípios do civismo e não entenderem que o culto aos símbolos nacionais engrandece o cidadão e alimenta nele os valores que são importantes para o desempenho de qualquer atividade.
Existe um estado de letargia, para o qual é necessária a reflexão sobre esses valores morais e cívicos. Parece que há uma situação de espera que alguém haja ou faça alguma coisa. A história mostra que cada cidadão deve fazer a sua parte cobrando dos governantes atitudes que façam voltar a essas práticas.
O orgulho patriótico deve estar dentro de cada brasileiro. Se tiver adormecido precisa ser despertado para a prática do bem, do amor à verdade, combate dos vícios, combate ao vandalismo, exaltação às virtudes que traduzem as qualidades de um cidadão.

Vale salientar aqui algumas curiosidades cívicas porque é possível que muitos brasileiros não saibam.
- A Bandeira Nacional é o símbolo máximo da Pátria.
- O Dia da Bandeira 19/11 foi criado 4 dias após a  Proclamação da República 15/11/1889.
- O significado das 27 estrelas estampadas na Bandeira Brasileira correspondem aos 27 Estados brasileiros e também o Distrito Federal. O desenho celeste estampado no centro dela representa o céu do Rio de Janeiro, da noite (às 20 horas e 30 minutos) do dia 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República. A estrela que está acima da faixa branca Ordem e Progresso representa o Estado do Pará. O nome dela é Spica, a estrela alfa – a mais brilhante – da constelação de Virgem.
- Quando várias bandeiras são hasteadas em nosso país, a brasileira deve ser a primeira a chegar no topo do mastro e a última a descer.
- Quando uma bandeira brasileira fica velha, suja ou rasgada, deve ser imediatamente substituída por uma nova. A bandeira velha deve ser recolhida a uma unidade militar, que providenciará a queima da mesma no dia 19 de novembro.
- Caso a bandeira fique hasteada no período noturno, ela deve estar sempre iluminada.
- O Hino Nacional Brasileiro foi criado no dia 13 de abril. Essa data foi escolhida em face as crises políticas existentes entre o Brasil e Portugal e nesse dia em razão de uma manifestação de desacato ao ex-imperador, quando o mesmo embarcava para Portugal 13/04/1931.
- A letra doHino Nacional é de Francisco Manuel da Silva (1795-1865) e a música é de Ozório Duque Estrada (1870-1927).
- É um instrumento de homenagem à nação, deve ser executado nas aberturas de festividades cívicas, patrióticas, escolares, esportivas, onde o povo deve contemplá-lo cantando numa só voz e de pé.
O civismo precisa renascer. A Bandeira Brasileira tem sido vista muito menos que antes. Ela precisa estar hasteada e tremulando em muitos mastros e serem realizadas mais manifestações de civismo. Será que a nossa Pátria Amada não está sendo tão amada como  deve ser?
Existiram momentos importantes em que o "Amor à Pátria" estava disparando em nossos corações. Um deles que podemos destacar e foi emocionante quando vimos jovens brasileiros, de caras pintadas nas ruas, clamando por um novo Brasil! Mas parece que foram lampejos... A mídia enfoca a Cólera, a Dengue, Crise Econômica, a Violência e a Preservação da Natureza, porém pouco se fala na Pátria Amada.
O civismo é um sentimento que deve ser semeado e cultivado  a todo instante permeando os atos públicos. A escola continua sendo o local mais adequado para esse aprendizado. As bandeiras recolhidas devem voltar a serem hasteadas contemplando as cerimônias tão emocionantes.
Civismo e Cidadania estão correlacionados e exprimem o estágio de conhecimento do indivíduo na sociedade em que está inserido e dependem sempre de uma boa educação.
Feliz é o povo que percebe na educação dos seus semelhantes um instrumento eficaz para a formação de uma sociedade reconhecida no mundo pela capacidade de compreender as causas nobres. Essa qualidade promove o indivíduo e conseqüentemente enriquece sua Pátria.
A verdadeira cidadania é importante, porém não é privilégio de quem reside nos grandes centros urbanos, mas de quem vê na liberdade o caminho do “ir e vir”, imprescindível para a paz e a concretização de uma vida social sem exclusões.
O ensino torna-se eficiente e potente quando seguido pelos bons exemplos dos educadores.
O saber é a maior arma que a pessoa possui e carrega durante sua existência; aquisição valiosa jamais subtraída por alguém.
Quem aprendeu de fato as lições, elas estão sempre presentes em sua mente, já que a boa instrução está constantemente no seu caminho.
O Brasil um país territorial, constituído de uma natureza rica de verde impecável, cortada por grandes rios, nem sempre é fiscalizado como deveria, e, a inexistência de uma punição mais severa, tem facilitado aos incautos a contínua devastação de grandes áreas verdes. Por isso a vida tem se tornado menos saudável. Isso tem acarretado diversos problemas, tendo em vista os fatores negativos à saúde de todos.
O Brasil como outros países têm sua História constituída de etapas; e é válido recordar o acontecido do Sete de Setembro de 1822. Às margens do Rio Ipiranga, na cidade de São Paulo, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil. Esse ato heróico nos mostrou a sua preocupação para com a nação brasileira, um patriotismo ímpar.
Como educadores precisamos ensinar aos alunos que Civismo e Patriotismo devem ser praticados por todos os brasileiros, em todos os momentos. É lamentável relatar a existência de pessoas em nosso país que apesar das posições que ocupam, portam com indiferença em comemorações cívicas. Feliz é aquele que sabe usufruir e praticar os valores adquiridos – o Civismo e a Cidadania – e por certo sua consciência promoverá a paz, como verdadeiro resultado de fatores nobres ligados ao saber.

 
Maria Loussa
Enviado por Maria Loussa em 22/10/2011
Reeditado em 26/11/2011
Código do texto: T3291092
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