VIOLÊNCIA ALARMANTE

“O Brasil contabiliza cerca de 30 homicídios para cada 100 mil habitantes ante a média mundial de 5. O resultado anual de homicídios pode ser comparado ao número de vítimas de uma guerra civil.” Dizem os dados oficiais publicados na Internet.

São números alarmantes, para um povo alegre e pacífico.

Pelotas já contabilizou este ano 43 homicídios o que divididos pela população (324.000 dado oficial do site do Município) 13,27 homicídios para cada 100 mil habitantes em 9,5 meses do ano e ainda faltam 2,5 meses para o ano chegar ao final. Estamos chegando lá e poderemos alcançar a média nacional e nos tornar uma das cidades que colabora para que o país seja campeão, também em índice de mortalidade por violência.

Estamos falando de homicídios, não levamos em consideração outros crimes e delitos cometidos em nossa cidade que não aparecem afinados nas estatísticas, aliás índices que nos interessam diretamente chegam sempre atrasados ao nosso conhecimento. Não temos dados sobre os assaltos; os roubos e furtos; os estupros; os arrombamentos; os roubos de veículos; enfim, todos mais expressivos e divulgados diariamente pela imprensa, mas ficam de fora também o uso da tortura pela polícia como método de investigação; a ocupação de espaços públicos por camelôs e donos de carros; as infrações de trânsito; a incompetência administrativa; a imperícia profissional; a negligência causadora de acidentes e o desrespeito ao consumidor. Entre os cidadãos habituados a esses comportamentos, encontram eco as formas violentas de fazer justiça, como a pena de morte, linchamentos e mesmo o fuzilamento sumário. É freqüente a aprovação popular da punição violenta sem direito a julgamento.

Estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento estimam que os custos da violência atingem 10% do PIB, algo em torno de R$ 130 bilhões anuais. São recursos que deixam de gerar empregos na cadeia produtiva, de investimentos e consumo, favorecendo a expansão apenas dos serviços especializados de segurança.

Grande parte das ações necessárias está na gestão urbana, que compete aos municípios. Como a segurança pública é tarefa dos Estados, é preciso haver integração entre políticas urbanas e políticas de segurança pública. Parece-nos que são tarefas importantes a serem desenvolvidas pelo Executivo e pelo Legislativo Municipais. Estamos acompanhando muitas ações do Legislativo preocupado em parabenizar pessoas e entidades por seus desempenhos e dar nome a novos logradouros, também o Executivo preocupa-se em modernizar a cidade e transformá-la para as festividades de seus 200 anos, mas, pouco se tem visto sobre a segurança pública. Porque a Câmara de Vereadores não promove Audiência Pública sobre a situação de segurança nos nossos bairros mais populosos? Porque o Executivo não cobra do Estado o investimento maior em segurança a que temos direito como cidadãos contribuintes com impostos até sobre o ar que respiramos? Acredito esteja na hora, pois 2012 está chegando e com ele as festas de aniversário do município, mas turistas não vem para uma cidade em que os índices de violência são crescentes e nenhuma atitude é tomada para minimizá-los.

Ainda nos resta a esperança que ocupa a maior parte de nosso coração assim como o verde de nossa bandeira. Quem sabe nossa querida Princesa transforma-se em exemplo de paz, respeito às leis e tranqüilidade através de um convívio harmonioso e familiar.