A Matrix nossa de toda uma vida.

“... um mero pedaço de silício não é o que nós humanos somos, mas o que nos tornamos”

Todos devem lembrar a superprodução cinematográfica que marcou a história do cinema, a trilogica epopéia tecnologia e apocalíptica intitulada “The Matrix”,que narrava a historia da humanidade escravizada por suas próprias maquinas,condenada a viver por toda existência ligada a matriz,nas palavras do próprio “Morfeu”- personagem do filme- A Matrix é um mundo dos sonhos gerado por computador... Feito para nos controlar... Para transformar o ser humano nisso aqui (Morfeu mostra uma bateria). O filme nos leva a refletir sobre os avanços tecnológicos ,a dependência humana da maquinas e sobre um improvável mundo subjetivo onde vivem os humanos. Mas será que o mundo de Matrix é tão improvável assim? Será que seus elementos são apenas mera ficção? Se você se atreve a questionar sua realidade como verdade, (parafraseando Morfeu) siga-me um pouco mais fundo e lhe mostrarei o que há no final da toca do coelho.

Desde o nascimento é impresso em nossa mente a lista de regras do que é e do que não é possível, aprendemos a codificar números e sentenças, somos punidos quando não alcançamos metas e nos dizem que o céu é azul ainda quando nem sabemos o que é céu. Nessa naturalidade das coisas temos a ilusão que estamos aprendendo, mas se olharmos por outro ângulo veremos que na verdade somos escravos de uma realidade que nos impuseram, nossas tendências foram ditadas tendo como o interesse um grupo meia dúzia de pessoas a qual não pertencemos. Como perfeitas maquinas que somos aprendemos a sermos frios, assim é mais fácil aceitar a realidade, nossos cinco sentidos há tempos foram afetados e como numa matrix vivemos apenas como a bateria de um sistema.

Depois de nosso logo período de programação somos levados pela “boa ganância” de ter-mos os melhores empregos, o carro mais veloz, o computador com o processador com freqüência mais alta e nem ligamos se nunca utilizarmos toda a sua potencia,queremos ter,pois talvez tendo tudo isso preencheremos o vazio existencial que não sabemos de onde vem. E no final quando tivermos conjugado o verbo “ter” em todos os tempos e modos,como disse Drummond de Andrade “Só resta ao homem (estará equipado?) /A dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo”. Será que nessa viagem o humano que passou a vida vendo sombras na caverna se convencera que foi enganado por suas crenças na realidade? Que tudo o que ele aprendeu é irreal e que um mero pedaço de silício não é o que nós humanos somos, mas o que nos tornamos?

Siryus Frey, 21 de dezembro de 2011