Sexta-feira 13 II - Titanic

Meus caros 23 leitores fiéis e demais fortuitos, em 2012 temos três sextas-feiras 13, sabiam? Tivemos dia 13 de janeiro, hoje e teremos no dia 13 de julho.

E em todas elas eu estive, estou e estarei aqui nesse espaço virtual lembrando vocês disso. Em 13 de janeiro eu falei sobre a chuva em Torres. Hoje vocês estão lendo. Dia 13 de julho vou escrever uma crônica chamada “Sexta-feira 13 III”, abordando algumas curiosidades numéricas do calendário de 2012.

Assim, vocês já perceberam que eu sou o tipo de cara que pensa bem antes no que vai escrever e é bem regradinho, do tipo que publica sempre às sextas aos finais de tarde. Certo? Errado!

Eu geralmente programo que vou escrever tal dia, mas geralmente escrevo de improviso, como agora. Daí sempre lembro de alguma coisa especial ligada ao dia, como ele ser hoje sexta-feira 13 e estar próximo ao centenário do naufrágio do Titanic e caio como um solista de rock explorando a escala da guitarra sobre uma base fixa pra ver o que sai de improviso. Escrever crônica é como improvisar um solo de guitarra num rock.

Nesse momento, inclusive, estou tentando conseguir mentalmente um gancho para falar algo sobre o Titanic, mas até agora o texto não abriu oportunidade para tal. Escrever de improviso é isso, um risco. Como no solo improvisado, o cara dá o tom e tu sai atrás, com alguma coisa na cabeça, umas pistas, umas trilhas certas (as escalas), mas sem a melodia já definida ou ensaiada.

Dizem que este é um dia que dá azar. Dizem tanta coisa né? Temos esses negócios com datas e números, assim como eu com o 23. Mas deve ter gente que tem sorte nesse dia. O Zagalo, o 13 não era o número da sorte dele? Deve ter gente que ganhe muito dinheiro numa sexta-feira 13, que transe com uma mulher maravilhosa. Tipo assim, a Maitê Proença já deve ter transado com alguém numa sexta-feira 13 né? Vai ver deve estar transando com alguém nesse exato momento!

E um cara que esteja transando com a Maitê Proença hoje ou tenha transado com ela numa outra sexta-feira 13 qualquer deve se considerar um cara de sorte. A não ser que esteja brochando nesse exato momento ou que tenha brochado numa outra sexta-feira 13 com ela.

Mas daí já é uma coisa impossível, o cara brochar com a Maitê Proença, né? Ter a sorte grande de conseguir seduzir a Maitê a transar e brochar justamente nesse dia, justo com a Maitê Proença. Seria o cúmulo do azar né?

Pois é, pois foi algo parecido o que houve com os caras que navegavam no Titanic! (Viram, apareceu o gancho para entrar nesse assunto!)

Na real, foi algo muito pior, pois a maioria dos caras morreu no naufrágio. E não se sabe se alguém já brochou com a Maitê numa sexta-feira 13, mas com certeza não há notícia de que alguém tenha se matado por isso. Se tivesse ocorrido, todo mundo saberia, com certeza. Sairia em todos os jornais e noticiários: “Homem sortudo se mata depois de ter tido o azar de brochar com a Maitê Proença numa sexta-feira 13”. A sociedade do espetáculo não perderia a oportunidade de um fato como esse!

Assim como não perdeu com o naufrágio do Titanic, que no domingo, 15, completará 100 anos. Até hoje isso rende, até hoje isso é pop.

O maior e mais luxuoso barco da época afunda em sua viagem inaugural! E, além do pobrerio que sempre se dana numa tragédia dessas, grandes nomes da sociedade mundial da época também se afogaram. E isso repercute muito.

Vejam vocês, só os muito bem nascidos ou com muita grana tiveram a sorte e o privilégio de viajar na primeira classe do Titanic em sua primeira viagem. Mas também tiveram o azar do transatlântico afundar num dia de mar calmo ao bater num iceberg. E vejam que além de grande e luxuoso, o Titanic tinha casco duplo no fundo a anteparos estanques que o tornavam praticamente inafundável. Praticamente. Não totalmente. Pois foi o cúmulo do azar o maior, mais seguro e mais luxuoso navio de sua época bater justo de lado no iceberg, rasgar o casco e afundar justo em sua primeira viagem. Mas aconteceu.

E nesse final de semana e principalmente no domingo uma pá de gente vai estar, como eu agora, falando nisso. Assim como em agosto vão estar falando do cinqüentenário da morte da Marilyn Monroe.

Mas pudera, são 100 anos do naufrágio. Daqui a 100 anos, se esse fato for ainda importante, nem eu nem vocês, caros leitores, vamos estar aqui para saber. Aproveitemos o momento.

Crônica é isso, é o momento. É um improviso de guitarra num rock.

Até a "Sexta-feira 13 III", em julho. Boa sorte para todos até lá e sempre.

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Era isso pessoal. Toda sexta, final de tarde, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 13/04/2012
Reeditado em 13/01/2017
Código do texto: T3610892
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