260 - MAX O FUGITIVO...


Faz hoje, domingo, uma semana que ele partiu do nosso mundo. Todos ao dias pela manhã chego à varanda da minha casa e fico olhando para todos os lados na esperança de vê-lo chegar não vejo sua silhueta recortada contra o sol ou pela pálida luz da lua como um viajante solitário. E como disse o poeta: - “Por mais que eu deseje, cansa-me a vista te buscar”.
Ele que viera de terras distantes de um país estranho com estranhos hábitos do seu povo. Confesso que quando ele veio para a nossa casa a sua chegada foi de difícil aceitação. Acostumar-me com ele, era vencer uma batalha todos os dias. Eu acordava e via aquela figura com seu topete “a Lá Neymar”.
Mas, como somos levados no cotidiano a conviver com estilos na mídia televisiva somos também motivados a vencer certo preconceito diário para a aceitação do diferente. As diferenças e ou mesmo semelhanças com os nossos, apenas no gênero, acostumados que estamos com o padrão nacional brasileiro.
Mas, como diz o velho ditado, certas virtudes e defeitos você supera com o tempo e com o conhecimento do outro ainda mais que a chegada dele à nossa casa foi à máxima expressão da paixão e desejo da minha neta Sarah, e como às vezes me é muito difícil não aceitar as vontades das minhas netas fui olhando desconfiado para aquele ser contraditório até no nome. Ele pequenino se chamava Max, afeiçoar-me, demorou algum tempo, mas, enfim cativou-me.
Das suas brincadeiras prediletas de ficar sempre me acompanhando pelo quintal da casa como se fosse uma sombra, gostava também de subir pela minha perna e ficar puxando a gola da minha camisa e abaixar a cabeça recostando-se no meu corpo para que eu pudesse fazer-lhe cafunés.
Ele que ficava observando e dialogando com as da sua espécie que fizeram ninho e morada na fenda de telhado da casa vizinha numa tremenda algazarra.
Ele olhava instintivamente assustado quando via a coruja e o gavião em vôos rasantes sobre nossa casa. Neste mesmo instinto embora acostumado com o ficar à solta, neste domingo ele se aproveitou de um momento em que me afastei dele e alçou um vôo e sumiu no mapa. Ele que quebrou todas as minhas barreiras e me cativou só deixou lembranças...
E foi viver sua grande aventura em liberdade.
Itabira 13, maio de 2012
        MAX, O CALOPSITA FUJÃO...
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CLAUDIONOR PINHEIRO
Enviado por CLAUDIONOR PINHEIRO em 31/05/2012
Reeditado em 29/11/2014
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