Mulher de fibra

"Subi o morro./ Subi cansado./ Pobre de mim./ Pobre de nós". Eu ia cantarolando na memória o samba-funk de Luís Melodia, como se fosse a minha própria trilha sonora. Ao passar pela ponte da Estrada da Servidão lembrei do que acontecerá outro dia com uma amiga, a Cida, que foi assaltada ali, ou quase. Ela me contou o que rolou:

- Altas horas, mais de meia noite, o cara chegou junto, anunciando assalto. Ela mulher forte, de fibra, vinha da PUC, onde estudava no curso de Física - de alto custo. Estava tensa pelo acúmulo de muitas horas de sono atrasado e paciência esgotada. Não teve dúvida, pegou o ladrãozinho magro, raquítico, pelo colarinho e anunciou:

- Quer matar, seu filho da puta, mata, mas não vai levar nada.

O cara saiu correndo feito louco, desentendido.