AMOR ESTAGIÁRIO

Para Nathalia e Luiz Fernando

Namorar é uma encantadora e grande aventura. É aquela fase na qual somos os protagonistas absolutos de uma comédia romântica particular. A magia do namoro está centrada no desafio de nos descobrirmos e ao mesmo tempo descobrirmos o outro.

Evidentemente, não me refiro ao simples e contemporâneo "ficar", que soa como futilidade pseudoafetiva nos meus conceitos. Tão somente "ficar" não envolve afeto, amor, sequer carinho na sua concepção real. É usar e descartar. Consumir um produto, já pensando em partir para outro. Envelhecer precocemente as novidades e deixá-las ao longo do caminho, por faltar a ciência da renovação... A intuição da reprimavera... O poder do renascimento contínuo.

Há que se ter compromisso no namoro, mas ele não deve ser pesado, pois não é uma promissória estendida como ameaça contra o possível desertar do outro. Descobrirmos um dia, que não amamos como pensávamos; talvez que aquela pessoa especial deixou de corresponder às nossas expectativas ou nunca foi a tal metade que nos faltava, não pode ser taxado como calote. O ser humano é livre para chegar e dizer adeus, querer e desquerer e até para não ser livre, caso aceite a condição, mas não para exigir o mesmo de outro ser humano.

Por estas e muito mais razões, e também por não ser ainda o casamento, é que o namoro deve ser leve; suave; sonhador... Acima de tudo, alegre. Namoro triste não tem sentido. Namoro tenso não tem magia. É primavera perdida entre as queimadas de uma relação que amadurece na estufa e jamais ficará doce.

Amem com doçura e suavidade. Confiança e leveza. Sem certeza; ranço; blindagem. Tenham sonho, esperança e fantasia, no campo e nas águas da sutileza, não até que a morte os separe... Mas até que a vida os confirme ou redirecione a busca da felicidade.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 28/08/2012
Código do texto: T3853834
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