O amor em tempos de individualismo

Em tempos de um mundo extremamente individualista, amar se torna um grande desafio sem precedentes.

O amor é o eixo de rodas as realizações. O amor nos motiva a fazer o que há de melhor em nós.

O amor, acima de tudo, nos traz maturidade e é constante, tirando-nos do individualismo mais pueril.

O amor nos conduz à compreensão e às vicissitudes da vida presente na pessoa amada ou na instituição que prezamos.

O amor, sem dúvidas, nos impulsiona à paciência. Quem ama, tolera inclusive os momentos de adversidade. Sobretudo, insiste, porque é um visionário nato.

Logo digo para os "imediatistas" e aos que se evocam como "realistas" que eles são míopes e não conhecem, como muito menos vivenciam o amor como ele é.

O amor é a chave de todas as realizações. Resultado e, ao mesmo tempo, motivador de todos os sonhos.

O amor não é o meio, mas um fim em si!

Em tempos de falta de amor e de excessivo pragmatismo e individualismo, tratar sobre altruísmo, abnegação e confiança soam sob os olhares de ceticismo. Por vezes, passam por chacota e incredulidade.

Pobre das pessoas que não vivenciam o amor. Nem mesmo lapsos deste sentimento tão sublime.

Gente ferida pela vida. Gente ferida por gente sem amor, sem vida. Vivos por fora, mas mortos por dentro.

Bem que em uma das reflexões, minha mãe Gisélia Pinheiro sempre mencionou algo para mim: "Nunca exija dos outros além daquilo que eles podem te dar."

Foi assim que, a duras penas, pude compreender o porquê de tanta gente ferida e amargurada pelo meio do caminho, descrendo do amor como ele é. É porque, justamente, lhes falta o amor.

Logo, como estas pessoas podem dar a si mesmas e à "pessoa amada" algo que nem mesmo elas têm para si?

Como exigir de tais pessoas o nosso amor ou a consideração, se nem mesmo elas possuem para si? Pessoas muitas vezes calejadas por um mundo extremamente individualista, onde as pessoas são vistas não como pessoas mas como objetos utilitários.

Esta crônica possui várias facetas para tomarmos como análise não só do nosso mundo, mas da nossa essência sublime enquanto ser humano. Das nossas parcas virtudes. Das nossas extremas contradições e paradoxos. Das nossas crises e afirmações existenciais.

Não seja a "auto-ajuda" que nos ajudará a vivermos com essência o amor ao nosso povo, ao nosso próximo, à instituição de amamos (seja ele qual for - até mesmo um clube de futebol) e a quem amamos de verdade - seja um grande amigo, um cônjuge ou uma pessoa amada.

Será a nossa vontade de viver. Reconhecermos o quanto somos limitados e precisamos da graça de Deus para curar nossas mazelas, nossas limitações e as "certezas" contraditórias que portamos em um cotidiano conturbado - por vezes cercado por uma multidão de doentes emocionais. Aliás... como sobreviver a uma sociedade doente? Será que não temos lapsos de doença emocional, em uma sociedade extremamente individualista - razão de ser do capitalismo?

Só em Deus, no apoio dos verdadeiros e autênticos amigos e com o apoio de quem verdadeiramente amamos que poderemos amar genuinamente, superando nossas fragilidades e falhas. Sobretudo, para extirpar ou, ao menos, minorar nossa postura egoísta ou egocêntrica. Um profundo auto-exame para nos corrigirmos diariamente e sermos, ao menos, parte da essência de Deus, vivendo o pleno amor.

Mas quem quer ter a coragem de fazer tamanha autocrítica?

Wendel Pinheiro
Enviado por Wendel Pinheiro em 08/02/2013
Código do texto: T4129737
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