A dura arte de viver

Feito no dia 10 fev 2013, às 16:28h

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O caráter se constroi e se firma com o tempo, a partir da nossa consciência no mundo em que vivemos.

Nela construímos nossos valores, nossas percepções e nossos sentimentos. Nossas crenças. Nossas convicções. Nossa fé!

O caráter puro se dá quando se há congruência entre seus princípios e suas ações, isto é, a prática do comportamento de um indivíduo. O tempo apenas reafirma quem a pessoa é.

Todo o ser humano tem caráter. Alguns, na luta em fazer o que é justo, mesmo diante de uma sociedade caótica. Outros, com a consciência cauterizada e tentando pôr nos demais os erros de suas ações. Ou renunciando de viver a vida para viver a vida de outrem ou para gozar de aprovação alheia para seguir sua "vida".

A coerência de um caráter sólido não se dá em um dia, um mês... ela se dá ao longo do tempo, nas convicções que abraçamos continuamente; na perseverança naquilo que sentimos e na lealdade de propósitos - justamente à contramão de uma sociedade baseada no extremo imediatismo, exacerbado egocentrismo e em um consumismo desenfreado, onde a pessoa vale pelo que ela se porta, traja ou possui e não pelo que ela é!

Quando carregamos tais valores efêmeros, portamos dentro de nós a futilidade; por vezes, a vulnerabilidade de um sentimento volúvel e vulgar. Quando damos lugar para o egocentrismo e ao pleno individualismo, sem ver o lado bom das pessoas que nos cercam, somos acometidos por um erro crasso infantil: a falta de sensibilidade e de companheirismo. Tais valores destroem de nós a chance de vivermos intensamente a vida como ela é, corroendo nosso eu, a ponto de morrermos diariamente.

Logo, tais pessoas "vivem" fisicamente, mas estão literalmente mortas. Mortas porque não vivem a vida plenamente, a partir de seus ceticismos, rancores, descrenças e amarguras; sobretudo, se escondem por trás de uma máscara, por medo de enfrentar a realidade. Enfrentar as suas percepções de mundo. Enfrentar a fundo a si mesmo, entre suas idiossincrasias, seus temores e seus medos. Não enfrentando isto, tal fuga ainda pode durar bastante tempo. Mas em um determinado momento ou outro, tal pessoa terá que enfrentar tal situação, porque não conseguirá mais fugir dela mesma. De seus receios. De seus medos. Do seu passado. Do seu presente.

Que, acima de tudo, Deus faça enfrentar todas as nossas limitações e paradoxos. Que Ele permita sermos nós mesmos, em toda a nossa essência. Que ensine sobretudo, a nós, a amarmos de verdade e em toda a plenitude, porque Ele é a essência pleno do amor mais puro, mais sólido e mais sublime que ninguém pode experimentar a fundo. Inclusive eu!

Mas que, acima de tudo, é possível aprender amar, com muita humildade, autocrítica e confiança. Acima de tudo, sem atentarmos para a opinião de determinados "conhecidos" que nunca, ao menos, usufruíram deste autêntico amor. Um mundo doente de gente doente que sequer experimentou um lapso sequer de um sentimento tão altruísta como o amor. E a vida, como algo singular, é uma oportunidade ímpar para exercermos o amor em sua plenitude.

Que desafio! O desafio de viver!

Wendel Pinheiro
Enviado por Wendel Pinheiro em 20/02/2013
Código do texto: T4149719
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