Crônica da inconstância

A inconstância é um sentimento que não só traz dúvidas, mas acompanha a trajetória de alguém, até que ela escolha por se decidir.

A inconstância ameaça não apenas a amizade e o amor, mas traz insegurança até nos pactos firmados por uma pessoa.

A inconstância se associa diretamente ao medo de tomar posição e seguir. Medo de se entregar ao novo. Justamente porquê para se achar ao novo e desconhecido, é preciso, sobretudo, confiança e coragem. Desprendimento. E coragem se dá a partir do amor a um ideal, a uma pessoa ou a quem devotamos nosso tempo e energias.

Quando não se há reciprocidade diante de uma pessoa inconstante, que foge de seus valores e sentimentos para ficar em sua zona de acomodação, é preferível que nos afastemos de tal pessoa, se ela persistir em sua inconstância - ainda que isto doa muito. Mas antes a firmeza de propósitos e a aposta para frente com quem comunga com nossos ideais e valores.

Bem o Apóstolo Tiago tinha razão, ao recomendar sobre a inconstância. Ele diria nas linhas a seguir, em Tiago 01:05-08:

"E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.

Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.

Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.

O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos."

Antes optar por um caminho e sofrer em alguns momentos, mas ser feliz em sua escolha, a viver em inconstância, ao sabor dos ventos. Antes viver na certeza de suas convicções a prosseguir em um mar de dúvidas, que só faz mal e agonia à pessoa que porta tais indecisões, pois é resultado de sua própria insegurança.

A inconstância é reflexo até mesmo da falta de valores.

Como vencer então?

Sendo nós mesmos! Não deixar quem ninguém, seja quem for, tente nos pôr dúvidas - justamente criando condições para sermos inconstantes. É preciso que criemos convicções. O diálogo firma as nossas convicções. E ceder em algum momento não significa que perdemos as nossas certezas e valores.

Este é, sem dúvidas, o nosso desafio, para barrar a inconstância que volta e meia tenta nos assenhorear e roubar de nós o sonho mais sublime: o de viver com plena intensidade a vida.

Quem quer, portanto, viver isso?

Wendel Pinheiro
Enviado por Wendel Pinheiro em 26/02/2013
Código do texto: T4160878
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