PEGADAS DE LUZ.

 

 

 

                                      Na vida da gente existem pessoas que são como verdadeiros Entes tetradimensionais, pois se sintonizássemos mais as nossas percepções e afastássemos os ruídos da vida, poderíamos sentir que elas nos mostram e nos enviam inconfundíveis sinais.

Na maioria das vezes não sentimos essas emissões inteligentes, quase telepáticas, porque estamos totalmente cheios de interferências efêmeras e não nos plugamos com as mensagens embutidas, às vezes, numa simples e curta frase.

Dependendo do meu estado emocional ou da minha paz anímica, tenho uma tendência natural em captar certos sinais, mas este último que foi captado pelo meu radar sensório, eu te confesso Juli que não entendi porque deixei pegadas de luz.

Numa determinada época de minha vida, eu achava que em minhas artérias e veias corriam luzes, em vez de sangue, pois isso fazia com que eu me sentisse um homem-neon e as pessoas diziam que havia em mim uma fosforescência anormal e intermitente.

E para não decepcionar essas pessoas, eu afirmava que me alimentava de luz, eu era naturalmente um ser lucifago e, por isso, me transformava num homem lucigênito sem saber como.

Hoje, eu penso que talvez tenha sido uma exposição repentina da minha aura, um verdadeiro halo luminoso que resplandecia sem o concurso da minha vontade, em ocasiões que, por certo, me indicavam estar próximo do êxtase.

Daí, talvez a razão, a causa ou o efeito de andar deixando rastros luminosos e, sem querer ser hilário, eu devo também admitir mesmo correndo o risco de ser considerado insano que, em mim ainda persiste alguns sinais luminescentes das galáxias.

Eu sei que o que estou escrevendo pode ser considerado um paradoxo, e que este ensaio ou crônica pode ainda ser considerada como uma agressão ao senso lógico e, por isso, totalmente alucinatório e impossível.

Entretanto como este assunto é complexo, quase irracional, e que foge longe de todos os conceitos até hoje admitidos como lógicos, mesmo assim, eu vou tentar me justificar e me defender antes que me ataquem.

Agora, sem grandes propriedades, eu vou tentar imprimir um raciocínio lógico ao que estou dizendo, é o seguinte:

Essas minhas característica lucigênitas acima descritas, podem ser consideradas totalmente impossíveis e são, mas nada impede que seja importante a gente entender por que elas são impossíveis.

Para a imaginação não há limites, a liberdade é total, pois fomos condenados a viver em liberdade em toda a sua abrangência que é infinita, e eu não devo viver escravizado aos sistemas de pensar dos outros, quando eu mesmo posso criar o meu próprio sistema.

Tudo o que hoje for imaginado, um dia, com toda a certeza será realizado.

Ó Juli, como é difícil deixar pegadas de luz e depois querer justificá-las!

O desafio não é fácil, mas também não é impossível.

Já que o assunto sugere um maior aprofundamento filosófico, eu quero deixar patenteado aqui que, na verdade, a nossa origem advém de uma sublime Luz, em forma de centelha sutil e não física que, com o cessar da poesia do existir, magistralmente se transforma numa nova Luz. (Energia)

Somos lucigênitos, (feitos de luz) assim como tentei demonstrar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 22/03/2007
Reeditado em 23/03/2007
Código do texto: T422410