Lógica infantil na conjugação de verbos

No tempo em que ainda acreditava no "até que a morte os separe",quando chegava do trabalho, no final da tarde, encontrava minha caçula Tahta (2 0u 3 anos) brincando na pracinha e sempre me lembrava de levar alguma guloseima pra ela comer, somente depois de ter jantado, pra nã atrapalhar o apetite.

Numa dessas tardes Ao chegar na pracinha notei que ela já vinha correndo prevendo que ia ganhar o presente já que notou que eu estava com uma das mãos atrás do corpo escondendo alguma coisa.

Assim que ela parou na minha frente, com aquela carinha que era um sorriso só, enorme e lindo, como todo sorriso de criança é, perguntei"-Já comeu, Tahta?" (porque pobre "come", não "almoça" ou faz "lanche", simplesmente "come)

E ela distraida, e automaticamente respondendo a verdade: "cumei não!"...Mas, percebendo uma de minhas mãos escondida emendou de primeira, tentando garantir a sonhada e desconhecida guloseima:

"-Cumei não sim!"

Claro que ganhou além do doce, uma gostosa gargalhada e um carinhoso abraço do pai orgulhoso do raciocínio rápido da sua caçulinha.

Tahta hoje é uma excelente cantora, e acaba de lançar seu 1º CD HERANÇA.

Aécio Flávio

Aecio Flávio
Enviado por Aecio Flávio em 17/08/2005
Reeditado em 22/08/2005
Código do texto: T43182