AMOR E TRAPAÇA

Há muitos casos em que as relações amorosas se assemelham bastante às trabalhistas. Na maioria das vezes, por exemplo, quem deseja sair de uma relação amorosa faz como aquele trabalhador que já não quer o emprego, mas também não pretende pedir as contas, pois isso lhe privaria de alguns direitos. Sendo assim, ele dá início a uma série de atitudes que o desqualificam como funcionário, mas com os devidos cuidados para garantir uma demissão sem justa causa.

Se formos honestos nos amores, veremos que as nossas desistências são pessoais e intransferíveis. É injusto e covarde conspirarmos para que justamente os alvos dessas desistências, vencidos pelo cansaço as assumam por nós. É como querermos uma indenização pelo abandono qualificado e distorcido. Pela velha esperteza de sermos quem abandona como quem é abandonado, visando lavar as mãos e massagear a consciência.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 24/06/2013
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