A humildade

O vaidoso é aquele que faz os serviços para si mesmo e renega os méritos. É o personagem da Tragédia de Coriolano, escrita por Shakespeare. O dever para o vaidoso está em segundo plano e o reconhecimento público do que faz de bom em nenhum plano sequer. Nada multiplica de bom, nem forma multiplicadores, embora possa ter valor. Tudo é para si mesmo. Na verdade o seu real problema é a soberba, essa sim absolutamente fora de controle. Demonstradas, por seus generais a circunstância desfavoráve da guerra; Napoleão respondeu: ” A circunstância sou eu!.”

Não creio que a modéstia ou a humildade seja expandida para todas as qualidades: há situações em que não basta ser, tem de mostrar que, de fato, é. Ao menos de acordo com o psicanalista inglês Donald Winnicott, a espontaneidade está muito mais relacionada com a agressividade do que com a humildade. E todos os valores bons que um ser humano possa ter é mais produto da têmpera, temperamento ou, principalmente da temperança. O também cronista Hélio Pellegrino, a seu tempo, escreveu cada pessoa é como sua impressão digital. As generalizações são sempre muito falhas, somos queridos pelas nossas insuficiências e potencialidades, cada um na sua área: engenharia, jornalismo, química, literatura, medicina, psicologia.

A humildade está em querer aprender e em saber ensinar. Porque ouvir e ser ouvido é a arte mais essencial da vida; no entanto é raro nas relações humanas haver uma relação obra prima.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 05/11/2013
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