CONSUMIDORES DO MEDO


Vivemos dias de terror!
Ainda que tenhamos uma formação vestida com o sentimento de segurança, pois crescemos com essa consciência dada por nossos antepassados: o medo vem sempre de fora, não devemos temer. O que prevalece é a nossa fé, força interior. A fé lança fora o medo.
O medo é uma ameaça, cada situação nova, inesperada que representa um perigo. Assim, parece que o medo teve seu conceito ampliado em face as circunstâncias modernizadas.
Em nossos dias quase todas as pessoas passaram a ter medo, muito medo, pois ele tem sido muito mais acentuado em suas causas e conseqüências. As circunstâncias que nos envolvem têm feito a cada um de nós, consumidor do medo.
São muitíssimas as situações de medo ou fobias e podemos dizer, não porque sejamos pessimistas, muitas circunstâncias novas ainda surgirão, porque o banditismo desenvolve progressivamente, haja vista o acesso livre da tecnologia, para realização de seus maus intentos.
Hoje está sendo perigoso andar de carro, perigoso andar de ônibus, perigoso andar a pés. Temos ouvido e visto os fatos. Vidas sendo ceifadas, outras passam a uma vida limitada, por estarem presas a uma cadeira de rodas. Fatos esses que ficam sem explicações.
Cada fato novo e triste é alvo de manifestações, gritos, ações clamorosas, mas logo tudo é esquecido até que outro aconteça e entristeça. Não há lugar seguro, nem nas instituições. Você corre perigo no ambiente do Banco, no Supermercado, nas Escolas!
Infelizmente, não contamos como devíamos contar, com o auxílio dos poderes públicos. Eles têm sido impotentes porque não investem na segurança, muito menos na educação. Através desta, ainda que fosse a médio ou longo prazo, seria a solução.
Somos sim, queiramos ou não, consumidores do medo, e como meio de proteção passamos a viver em verdadeiros claustros, cujas casas são fortificadas com muralhas e grades unidas até o teto.
A nossa alma chora, grita de medo, mas também grita por revolta porque não se tem perspectivas de soluções. E mais, não podemos esconder a nossa preocupação em relação a nossos filhos e a nossos netos.
Eis o nosso grito:
Até quando vai o nosso sofrimento!?