A Casa do Tempo
Por Carlos Sena


A pretexto, um texto de esperança.  Mas uma esperança de óculos. Uma esperança sem ânsia em sua espera. No ano que nos bate a porta, não tenhamos medo de lhe abrir os braços. A casa do tempo é uma morada com 12 quartos, mas com um só banheiro. Cada cômodo, na residência do tempo, acomoda pessoas diferentes em credos, gostos e vontades também diversificados. Na fila do banheiro é onde a sabedoria se põe à prova. Porque lá no banheiro do tempo se lava a alma e se trata do corpo e se projeta desejos no espelhos tridimensional da vida... Por isso, na casa em que o tempo mora, ora. Reza a oração dos simples para quem ser feliz é um estado de espírito e, nesse estado, toda alma nunca é pequena se quiser valer a pena. Assim, eivado de esperanças, singularizo meus plurais para que a nova etapa que o tempo irrompe seja clara, cristalina como água da fonte, para que não  tenhamos muitos mistérios que possam dificultar os sonhos bons de felicidade. Porque na casa do tempo os doze quartos não tem portas, não tem chaves, para que nenhum desejo bom seja preso; para que nenhum gesto de perdão fique isolado porque a "porta do "quarto bateu e o trinco a fechou"... As moradas do tempo significam. São signos que abrigam desejos humanos e pecados humanos incontidos. Abrigam também saúde, muita paz. Mas também angústia e solidão. Mas, como lá fora é quase a hora de um novo amanhecer, preciso desejar: desejar muito amor. Desejar muita saúde e paz. Desejar acima de tudo coragem. Para que, corajosamente, as portas do tempo que o vento "bater" sejam abertas por cada um de nós em busca da felicidade... Por isso, a pretexto de 2014 desejo.