BRIO POPULAR

Jamais inveje a fortuna questionável daqueles que o despojam. Nem tenha inveja da soja que vinga nos campos de quem rouba terras; dilapida patrimônios; despeja famílias; engana gentes. Quando nada mais tem, você é o dono legítimo das serras azuis entre a cerca dos olhos... e também de oceanos, regatos e céus.

Entendo que os mentirosos, covardes e sonsos também roubam céus; oceanos; regatos... mesmo assim, nunca inveje a riqueza extensa, quiçá infinita, mas que não cobre o buraco igualmente sem fim, dessa gente maldita e sem brilho no rosto. Que não tem o que tem, como pensa ter, e por isso mesmo é vazia; infeliz.

Procure ter certeza de que a sua paz é bem maior que os risos blindados dessas bocarras gosmentas de todos os poderes que lhe oprimem. Sua dignidade pessoal está muito mais bem nutrida que a pança dos que vivem para ter, mas nunca sabem quem são... não se têm; não se cabem; nunca se bastam.

Encontre justamente na sua dignidade, a grande arma contra essa gente que se mascara de gente, de alguns em alguns anos. Você há de achar essa arma e detoná-la sem erro, contra toda a utopia dos que pensam que sempre roubarão seu dom de acordar e fazer jus ao sonho de um mundo melhor para todos.

Existe um brio camuflado em nós. Dormita preguiçosamente, porém existe. Os inimigos da igualdade ou do bem comum não perdem... digo; não ganham por esperar.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 06/01/2014
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