FELIZ POR NADA
Por Carlos Sena



Uma das coisas que me lembro de ter dito na rádio Papacaça foi acerca da felicidade. Disse que a gente só consegue ser efetivamente feliz se o motivo disso fosse “nada”, ou seja, feliz por nada. Hoje, repensando naquele momento impar, vejo que realmente acho que acertei nessa colocação. Porque toda felicidade que se atrela a algo ou a pessoas que, de fora, querem nos fazer feliz é meio capenga. Não que as pessoas não nos sejam importantes. Nem algumas coisas materiais outras. Mas é porque, e acima de tudo, a felicidade é um processo interior maior do que qualquer coisa e de qualquer outra pessoa. Talvez isso faça sentido porque implique em alcançar uma felicidade em forma de estado de espírito. Assim, todos que se acercam de pessoas que conseguiram ser FELIZ POR NADA, certamente irão ser compartilhadas com esse sentimento. Por outro lado, ser feliz atrelado a algo externo, tão logo esse algo externo (mesmo uma pessoa) saia da nossa vida, deixaremos de ser feliz. Ou não?
Portanto, acho que essa costura acerca da felicidade por nada me rendeu, de fato, essa certeza conceitual: ser feliz por nada vale a pena. Mais: dá-nos a certeza de amadurecimento. E esse amadurecimento nos faz ver a vida cheia de certezas e incertezas, dores, alegrias, etc., porque não poderia ser diferente. Quem consegue ser feliz por nada, vive e passa por todas as agruras naturais da vida com muito mais tranquilidade... 

Essa prosa aconteceu no dia 17 de janeiro na Rádio Papacaça de Bom Conselho.