O Rabino e a “gravata” do Papa

E então ficaram juntos frente a frente o Rabino Henry Sobel e o Papa Bento XVI. Não houve pedidos de perdão nem juras de amores, nem amor temporal nem amor espiritual! Tudo continua no mesmo com judeus sendo israelitas e católicos sendo papistas, enquanto Jesus Cristo continua com a difícil tarefa de unir os dois tempos; o novo e o antigo testamento, o que tenta a dois mil e sete anos!

Quinze líderes e também Lula tiveram a oportunidade de trocar presentes. Os de outras doutrinas não católicas receberam de Bento XVI medalhas com a sua efígie, mas levou lucro, pois os presentes a ele ofertados foram bem mais valiosos e mais pesados. O líder islâmico no Brasil, xeque Armando Hussein Saleh, deu a Bento XVI uma bata com o símbolo do patriarcado abraâmico entre beijos e braços. Sobel, seguindo uma tradição de judeus deu um beijo no rosto do papa, e nada mais!

Na área política o governador de São Paulo, José Serra, quiçá desejando uma conversão da Igreja Católica, para o PSDB, presenteou o papa Bento com uma Bíblia. O diacho é que ela pesa 15 quilos, e será enviado por Sedex para o Vaticano. O que dá a entender que os demais presentes já haviam lotado de presentes o Aéropapa, que decola com livros sobre a obra de Candido Portinari a ele, entregue pelo Presidente Lula, e um quadro de Roberto Camasmie, como presente da primeira dama, o que revela o bom gosto cultural dos assessores, consultores e aconselhadores do Planalto.

E na hora em que Sobel ficou frente a, frente ao papa, o universo católico e sionista no Brasil imaginou que ali vingaria uma união e, pelo menos em nosso pátrio tivéssemos o “Testamentão” sem essa separação bíblica do antes e depois, em que o patrão e o empregado nunca chegam a um acordo pela distribuição de rendas.

Mas por ser recente o fato, não havia que não se lembrasse do “furto da gravata”, e os mais maliciosos viram os olhos do Rabino (afastado) Henry Sobel brilhar e se prender na estola de Sua Santidade. A peça de pano comprida que fica pendurada no pescoço dos padres, bispos, cardeais e Papa caída sobre o casulo (manto). Talvez o israelita estivesse com olhares desejosos naquela “gravata”, maior e mais bonita do que aquela de Palm Beach... Bento XVI bem que poderia ter-lhe dado de presente!

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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, de Guanambi / Bahia e acompanhou o “furto da gravata” executado pelo Rabino Sobel... Mas só acompanhou por noticiário!