Uma Rosa Com Amor. 
Por carlos Sena



Houve uma novela com este título Uma Rosa com Amor. Pelo que me lembro, a trama rodava, dentre outras, por uma moça que se achava feia e sem graça. Por conta disso, diante das amigas que contavam histórias de namorados, recebiam flores, etc., ela, coitada, buscou uma solução inusitada: mandava flores pra si mesma no trabalho. E em casa também. Com isso muitos a olhavam com mais respeito, pois afinal, ela não estava "sobrando" nem seria mais uma para a titia. Quem fazia essa personagem era Marília Pêra. E logo se criou o hábito ou a moda de mandar rosas, independente de ser sozinho ou não. E ali, certamente se queria induzir a uma fase romântica nas nossas telenovelas - diferente de hoje que é só maldade e sacanagem a perder de vista. 
No rol dessa coisa escondida onde algumas pessoas não assumem o que são, como o caso da personagem citada, outros aspectos mais graves acontecem. Na vida real, conhecemos um rapaz que, igual a moça da novela, simulou uma situação idêntica. Ele se noivou a si mesmo! Isso mesmo. Como num passe de mágica, lá chega ele em sala de aula com uma tremenda aliança de noivo no dedo direito. Mas a noiva dele era como cabelo de freira ou pés de cobra: ninguém jamais viu. O babado era forte, pois todo mundo "mamava nas madeixas dele", ou seja, ele só poderia não "ser do babado" por preguiça. Mas que tinha tudo a ver tinha é, portanto, uma aliança no dedo servia para despistar os curiosos. Outro detalhe a favor dessa noiva de marré-marré-deci: ele dizia que sua noiva residia noutro município bem distante e, portanto, difícil de alguém vê-la com um "noivo" de araque. 
É isso. Por isso é que sempre defendo que cada um toque o "apito que quiser" mas que, em tocando flauta não venha me dizer que toca piano e vice-versão. Porque nessas questões só quem sofre é quem mente a si mesmo. Pois, como toda mentira tem pernas curtas e como toda araruta tem seu dia de mingau... Cada um que cuide de si, porque amanhã ninguém irá ser feliz por você.