Recado das Urnas
Por Carlos Sena


Não se devem falar das URNAS. Depois que passam as eleições muito se tem a escutar delas, das urnas, e pouco a falar. Primeiro porque muitos que hoje votam num candidato amanhã nem se lembram em quem votou. Depois porque a ingenuidade de muitos eleitores ainda existe, principalmente quando acredita que quem gasta um milhão de reais para se eleger deputado (da putada) é por amor ao povo sofrido que ele tanto verbaliza nos comícios e na TV. Outra grande ingenuidade é desconhecer que só o financiamento público de campanha e o voto distrital poderão nos dá uma democracia forte. A ingenuidade ainda continua para muitos quando pensam que as coligações mudam as ideias dos coligados. Engano. Quem é honesto permanecerá sendo em todo canto e quem é ladrão também. Só que um ladrão amparado por uma sigla partidária - aí sim - não parecerá ser ladrão! Porque os ingênuos acreditarão em tudo que a midia diz e julga. Esquecem, os ingênuos, que a imprensa é partidária e fica do lado de quem lhes garantir maior lucro como, por exemplo, alforriando débitos de importo de renda e outros impostos. 
Mas, como disse, a urna falou. Tal qual cu, urna falou cu pagou. Se amanhã tudo der certo e todos nós formos agraciados com uma administração exemplar, ótimo. Nesse caso o cu não pagou. Mas e contrário? Melhor cantar a musica de Luiz Gonzaga "tenho pena da rolinha que o menino matou, depois que matou a bichinha, comeu com farinha, gostou. Fogo pagou, fogo pagou, fogo pagou, é sempre assim"!
Como as urnas falaram, melhor escutar seus recados. Pode ser que na voz delas haja mau hálito. Mas, há pessoas que só sabem conviver com maus hálitos e maus hábitos ao ponto deles virarem atmosfera cheirosa e consentida. As urnas falaram e quem tiver ouvidos que ouçam, mas o melhor é que quem tiver ouvidos mais que ouvir escute.