Sonhos: A expressão plena do homem e do mundo ao seu redor

Ouço muitas coisas. Entre afirmativas otimistas e céticas, queria retratar a crônica de hoje em torno dos sonhos. Seus significados polissêmicos e expressivos, suas implicações e experiências; sua áurea mítica e a capacidade que ela pode trazer, entre ideais e esperanças. O sonho que muitos lutam durante a sua vida, sem que realize, por vezes, a expressão mais sublime que norteou grande parte de sua existência.

Existem sonhos. Sonhos abundantes, que refletem inequivocamente a capacidade criadora e intelectiva do homem dada por Deus. Os sonhos, segundo Freud, refletem a realização de desejos (ainda que subjacentes) não resolvidos na vigília. Seja como quisermos atribuir palavras-chaves ou termos referentes ao sonho, o fato inequívoco é que eles, inviariavelmente, regem nossas ações, atitudes e sentimentos.

O sonho se encontra a partir do desejo em aspirar à vida eterna até os princípios de luta, por uma sociedade mais justa e pelas satisfações dos anseios pessoais. As nossas ações são reflexos dos nossos sonhos. Seja nos momentos de sono; seja nos sonhos, no sentido mais filosófico e ideológico possível, na busca de um mundo melhor.

O sonho, por ele mesmo, nos motiva e nos dá mais ânsia de viver. Mesmo a um cenário caótico, em conflitos pessoais e sociais não resolvidos, ou até em um contexto de profunda belicosidade, o sonho é a forma de alimentarmos projetos, por vezes utópicos. Por meio deles, muitos conseguiram se casar com o cônjuge que tanto aspiravam. Outros conseguiram realizar invenções ou desejos individuais. Ou inclusive, subverteram governos tirânicos, opressores ou calcados na desigualdade e na miséria da coletividade.

Foi com o sonho de Deus à salvação do homem que Cristo veio ao mundo para redimir a raça humana perdida, em um projeto de reconciliação entre o homem e Deus.

E dentre tantos sonhos, úteis e benéficos ao indivíduo e ao bem-comum, é que a vida se faz vida, sendo rica por ela mesma.

O sonho, como instrumento divinal ao homem, é a melhor forma de motivarmos a buscar a nossa felicidade individual. Melhor ainda, asseguro, é quando essa expressão onírica contenha, em seu teor, um projeto altruístico e salutar. Beneficia não apenas o autor do sonho, como a sociedade ao seu redor... a mesma sociedade que ama, que se entristece, que luta e que quer vislumbrar um mundo melhor para si.