13378_1679621615598832_4055103287376733073_n.jpg?oh=5509136ba8eb242ccfafce640b5b2f98&oe=556FEE37&__gda__=1433746869_454e88dae2bfa59a789b786ea41832bb

NANA OKIDA NA “ROTA DOS COQUEIROS”
Ysolda Cabral
 
 
 
 
Acordei cedinho, como de costume,  e decidi permanecer na cama até enjoar. Afinal, no sábado, posso me dar a esse luxo. Nela fiquei a escutar o canto dos pássaros, sentindo o cheiro do Mar, que a Brisa faz questão de me trazer todas as manhãs, sem pensar em quase nada e torcendo para dormir novamente.Qual nada! O sono já havia levantado voo antes dos passarinhos. Triste e resignada consultei, na mente, a minha agenda do dia, e no primeiro item estava escrito: "NANA OKIDA"!  A preguiça sumiu, instantaneamente. Dei um pulo da cama disposta a realizar todas as minhas tarefas domésticas em tempo recorde, para, logo após o almoço, ir ter com ela. Em verdadeiro frenesi, corri para lá e para cá sem conseguir fazer nada. Fui para a cozinha e esbarrei na geladeira; derrubei uma das cadeiras da mesa, terminando por quebrar um copo cujo conteúdo, um suco de laranja que acabara de fazer para o meu desjejum, se espalhou pelo assoalho junto aos mil caquinhos... Tive vontade de chorar! Olhei para a minhas mãos: unhas por fazer. Pensei na roupa: vou vestir quê? Cogitei caminhos: como  farei para chegar até Nana? A “Rota dos Coqueiros” me foi proposta por Yauanna, dizendo ser linda, mas muito deserta. Fiz que não ouvira. Estaria com medo? Poxa, já não sou mais a mesma! Nunca tive medo de botar o pé na estrada! E o meu cabelo? Nossa, deve estar um horror!  E foi assim que a manhã passou com uma rapidez fenomenal. A ligeireza foi tanta que logo me vi na estrada, ansiosa para abraçar uma amiga que só conhecia pela voz e por seus poemas. Graças a Deus que guiar sempre me deixou relaxada, e dessa feita não foi diferente. Assim, pude apreciar a paisagem belíssima de todo o trajeto, Praia de Candeias a Muro Alto, chegando a me deter em determinado trecho, onde um túnel de árvores centenárias posava para fotos.
 
Errando uma entrada ali, outra acolá, voltando e seguindo adiante, finalmente cheguei. Nana, irradiando beleza, juventude e alegria me recebeu. Verdadeiramente encantadas uma com a outra, nos atropelávamos com o ritmo da conversa e caíamos na gargalhada, para logo voltarmos a falar de nossas vidas, dos nossos filhos e de tudo o que pintava em nossas cabeças. Em determinado momento, ela me perguntou se eu a achara diferente das fotos que tirava com o seu inseparável “pau de self’’, postadas no FaceBook. "Claro que achei você muito mais bonita que nas fotos" - respondi-lhe sincera e de pronto. Ela sorriu feliz!  Então, meio insegura, arrisquei – afinal ela é quem tinha começado... - Ô Nana, você acha que estou muito gorda? -  E ela sacramentou a nossa amizade para o resto da vida com a seguinte resposta:
 
- Claro que não! Você é um mulherão. Eu é que sou um cisco!
 
Isso sim que é amiga de verdade!  Você não é um cisco, Nana Okida! Você é a própria poesia em figura de gente que nasceu para a gente querer bem!    

 
E olha nós aí, amiga linda! 
 
11033624_1679637055597288_8487231082191250310_n.jpg?oh=befd0a473fa4cffa792641ce398d4e43&oe=5581A687
 
Praia de Muro Alto/PE
No “Dia Nacional da Poesia’’
15/03/2015

Clique para ouvir a música:


http://www.ysoldacabral.prosaeverso.net