Gatinhas do mal

Boa tarde meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 que vez por outra lembram que este Bacamarte escreve e vem aqui ver o que está rolando. Vocês criam gatos?

Eu crio alguns. E a minha gata preta deu cinco gatinhos. Na verdade, quatro gatinhas e um gatinho, o Nabucodonosor. Curta vida teve o Nabuco. Achei-o pela manhã, mutilado, no terreno baldio ao lado do meu. Deve ter sido um gato macho forasteiro, com certeza não foi o Alexandre (o gato da casa) e tampouco os cães que crio, pois estes estão hiper acostumados com os gatinhos. Creio que o Nabuco foi dar, inadvertidamente, uma banda e se deu mal. Gatos estranhos não entram no pátio lá de casa, pois o Nero os mata. Só respeita os da casa, que brincam com ele, até.

Daí sobraram as quatro gatinhas pretas. Gatinhas do mal! Explico.

A gata agora cismou de levar as filhotas para cima do telhado da área de serviço. E elas ficam lá em cima, miando, as danadas. Então a Louise me pede para tirar as gatas de lá. Lá vai o Bacamarte, mandado pela esposa, buscar as bichanas.

Enquanto elas eram ainda mais bobinhas, eu as engambelava e, colocando a escada na beira o telhado, as chamava e pegava, uma a uma. Agora, levemente mais crescidas, elas estão curtindo ficar lá em cima e não vem mais quando eu chamo. Decidiram que aquele é o território delas, livre de humanos indesejáveis como eu. Pior! Descobriram um buraquinho abaixo da junção entre as telhas da área de serviço e as da casa e, por ali, adentram o forro da cozinha. Só elas, nem a gata consegue passar por ali.

A Louise agora está possessa! A gata arrumou um pedaço de chuleta crua, que não sei onde ela roubou aquilo, e levou para as gatinhas. E, como desgraça pouca é bobagem, as gatas começaram a fazer suas necessidades em cima do telhado, ante o olhar estarrecido de Louise, o que ativa sua voz que, por sua vez, ativa meus ouvidos e torra minha paciência. Gatinhas do mal!

- Antônio, essa carne lá em cima vai apodrecer e feder, essas gatas vão encher a casa de pulgas, vão defecar em todo o telhado da área e depois no forro! Faz alguma coisa - brada minha esposa.

Como as gatinhas, quando me enxergam, correm para o buraco, não tem como eu subir no telhado e pegá-las. Prevenidas, ficam dormindo perto da entrada deste. Tive que colocar a cabeça para funcionar.

Bom, essas gatinhas comem e bebem. Quem vai lá saciá-las? A gata preta. Logo, calabouço com ela. Pelos meus cálculos, as malvadas vão ter sede e fome, vão chamar a gata e a gata, presa na área, vai miar de volta. Daí elas elas vão ter de vir para perto do final do telhado buscar pela mãe. Então eu já posicionei estrategicamente a escada para, quando elas se afastarem do buraco, eu subo e fecho o mesmo.

Encurralarei as gatinhas do mal, deixando-as ao relento do outono! Depois nem precisarei me dar ao trabalho de subir no telhado, arriscando ainda a quebrar uma telha ainda. Deixando-as lá em cima, passando fome e sede, pegando sol, vento e chuva, elas vão vir até o canto do telhado implorar que eu as tire de lá.

Semana que vem eu conto o desfecho dessa caso.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Em 2015 talvez eu dê um jeito nisso... Mas acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013.)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 17/04/2015
Reeditado em 13/11/2015
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