O AMOR NÃO SE EXPLICA

Hoje, pelas 5,55 horas desta manhã do penúltimo, domingo de maio, enquanto caminhava, pela beira mar, encontro-me, com uma linda adolescente, neta de uma antiga amiga, na exuberante beleza dos seus lindos, tudo indica, entre seus dezoito ou vinte aninhos. Cabelos compridos, por um belo chapeu de praia, protegidos, olhos resguardados do sol que, entre nuvens se espremia, tentando delas fugir, para poder, nos doar aqueles raios dourados brilhantes, que gratuitamente, vem iluminar aquela bela fatia de mar que se debruça sobre a areia da nossa bela Praia de Manaira.

Nosso encontro se deu, bem defronte a casa onde funciona há anos, a Cultura Inglesa. Estava eu, erguendo os braços, ali parada diante daquele velho, imenso e belo mar, decidindo se seguia a direita, em direção a ponta avançada do quarentão Hotel Tambau ou se quebrava a esquerda, no roteiro do Bessa, passando pela calçadinha do MAG, quando

combinamos, irmos, só até, a Quadra de Manaira.

Ela, delicadamente, acompanha, meu passo, vai comigo andando no meu ritimo, e logico conversando. Ela, atenciosamente, me indaga sobre minha saúde, me faz alguns elogios, diz que estou com peso ideal, afirmando que não é para me agradar... e eu sei, ela é estudante universitária e cursa, Fioterapia. O papo, leve descontraído, antes de chegarmos a Quadra uma paradinha, para uma Aguinha de coco. Por ali, nos sentamos, defronte para mar e enquanto um canudinho nos fazia tomar a deliciosa, Agua de Côco. E, ali tendo ao alcance das nossas vistas, a imensidão do mar, depois de alguns segundos, em silencio, Elisa me fala sobre meus poemas... e a conversa é leve, agradável, e como o tema é poesia, inteligentemente, a bela jovem, encaminha a conversa, sobre saudade, amor, lembranças, recordações, desencontros, decepções e por vamos...

A minha pedagogia, me inclina a abrir cada vez mais o leque do tema da nossa, coloquial e descontraída conversa. E, como, só arrodeio, um pouco, escrevendo, pois, falando, conversando , sou mais objetiva e vou direto ao pondo. Assim. sem mais delongas, encaminho tudo para a Praça do Coração, passando pelas Ruas de Sonhos e Ilusões, até atingir as belas e iluminadas Estradas da Alma, onde a jovem, me põe, como assim dizer uma " camisa de força " ou em um "canto de parede", quando, segundo ela, faz a pergunta, a poetisa e não, a sua Tia do coração e indaga...

- Tia, a senhora tem alguma explicação, para o amor...

Juro, que a linda donzela me pegou, direitinho na descida da ladeira, sem sequer, uma bengala, ou moleta, para me segurar, parar e respirar. Minha saída, para a quase irrespondível pergunta, foi uma daquelas, que muitas vezes, devido as circunstancias, a Tribuna do Juri nos obriga, rápida e racionalmente, encontrar a saida. Foi, o que fiz, me servindo, da experiencia...de quase noventos juris na carreira..Passando o braço pelos seus ombros, como que querendo consola-la mais, do que responder e, simplesmente disse...

- Elisa, minha Princesa, esta Euzinha aqui, sua Tia avó do Coração, faz, apenas quarenta e nove anos, que é apaixonada, tenho em mim, o um amor que julgo que tem o destino dos esternos e, que costumo dizer, "amor da minha vida ". Este testemunho, por mim dado a voce, de alma e coração plenos de sinceridade, vou lhe confessar, lutei, sim, briguei comigo mesma, depois de 15 anos desisti... e o ultimo poema que escrevi, sobre este tema, foi agora neste mês de maio..." E AGORA..."

Fiz, uma pausa, como que desejando colher a reação, da minha querida sobrinha do coração. Ela olhou para mim, com seus olhinhos castanhos, brilhantes e pergunta...

- Tia, que idade a senhora tinha e quantas vezes na sua vida, se apaixonou....

Ato continuo, coloquei as suas duas mãozinhas, entre as minhas, e, lhe disse...

- Faz apenas, quarenta e nove aninhos... este amor vive, anda, dorme e acorda comigo! Voce talvez, minha Linda, se espante, mas, o amor é inexplicável... recentemente, escrevi o poema, " E AGORA." que vou trazer para voce...

Em seguida, nos levantamos e seguimos nossa caminhada por mais exatos sessenta minutos. Um até logo, até qualquer hora, me telefone, e que Deus nos abençõe... E, agora... a vida continua...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 24/05/2015
Reeditado em 27/05/2015
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