O PESO DOS SONHOS

Quando os raios do sol sobre a terra, descortinavam montanhas e vales e, as flores do campo pelo sereno regadas, iam colorindo caminhos e estradas, estes jovens pés, pelos sonhos movidos, andavam imaginando que, nunca estariam sozinhos. E, os pés andando, perseguindo os sonhos, com certeza outros caminhos e estradas abrindo, irão encontrar, na encruzilhada da vida, surpresas que mais das vezes, estão a espreita dos que andam desbravando sonhos, mas, com prudencia, as dificuldades, serão vencidas mas, as incertezas, põem, ainda os sonhos, em iminente, perigo...

Estes jovens pés, já exaustos pelas estradas percorridas ficam ali, impotentes, parados! E, a ousadia que o amanhecer da vida lhes dava a coragem de avançar o caminho, em confronto com a realidade, deixa o caminheiro estarrecido, com medo, quase acovardado mas, uma nesga de esperança, acende diante dos seus pequenos e brilhantes olhos castanhos ... E prosseguem, quase vencidos, com receio de um passo maior, para o desconhecido. O medo, depois de mais algumas passadas e, de ter seus pés magoados, feridos quase sangrando pela caminhada e aventura antes, empreendia...para! E, o que fazer agora... ficar ali... afinal de que valeu este altivo esforço... mas, chegando, tão somente, até ali, não lhe valeria, apena...

Olha o céu... e as sombras da noite estão de tocaia, a espreita, zombando da sua quase infantil coragem, de haver percorrido léguas e desbravado rudes caminhos, a escuridão da noite e outros obstáculos lhe turvam a vista. e dificultam seus passos. E naquele instante, suas esperanças, não os conhecem mais, sequer, pode mirarem-se em sua própria imagem, sentem-se, frustrados, em meio a interrompida viagem. E, a noite avança. A escuridão, deforma a face dos seus sonhos, já não mais tão nítidas, até parecem embaçada. Agora, fazer o que, ficar ali parado no meio do caminho.... parece que chegou ao limite de suas próprias limitações... porém, de repente, sem esperar que a noite acabe, atravessa destemidamente, seu par de pés exausto para o lado leste, daquela encruzilhada varando a noite, molhando seu par de pés magoados, nas migalhas de orvalho que as raras flores da beira do caminho lhes dava.

Mas, a noite há de chegar ao fim... e quando os raios do sol voltarem a iluminar a terra, aclareando a paisagem, desanuviando dos seus olhos, o cansaço, alargando o caminho. A brisa daquela manhã, lhe devolverá o folego, lhe restabelecendo a indomável vontade de vencer e conquistar seus sonhos. E o jovem caminheiro, aquela altura da sua solitária busca, ergue mais uma vez a cabeça, e seus olhos, divisam o pico da serra, sinal dos seus sonhos, tenazmente buscados. Ali, com alma, coração e o seu par de pés, quase em frangalhos, percebe que estava, apenas a alguns passos dos sonhos a tanto tempo perseguidos. No entanto, era tamanho o seu cansaço e com a alma, assim, quase em farrapos, naquele instante, parece que sobrou apenas, um gosto amargo da conquista, e que agora, iria adormecer sobre o seu cansaço. E, foi só depois, de mais um novo amanhecer, o brilho dos sonhos realizados, iria se confundir, com o brilho das estrelas...olhou, ao seu redor e, do alto daquela serra, descortinou o horizonte que se abria diante de si... e agradeceu a Deus, a conquista, pelos sonhos perseguidos e, dos seus jovens ombros, aliviou o peso, por tempos, carregado...

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 08/06/2015
Reeditado em 27/07/2017
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